Papa Francisco na Audiência Geral: “As crianças são um grande dom para a humanidade”
Milhares de peregrinos de diversas partes do mundo estavam hoje na Praça de São Pedro, como toda quarta-feira, para participar da Audiência Geral com o Santo Padre. Com grande alegria Francisco chegou em seu papamóvel às 09:30 (hora local). Por cerca de 20 minutos ele percorreu a praça acenando para os presentes. Enquanto isso, a multidão, agitando bandeiras, levantando cartazes, acenava de volta, demostrando muito carinho ao Papa. As crianças menores que com ajuda dos pais conseguiram chegar ao topo, receberam a bênção especial do Santo Padre, que acariciava e beijava com ternura.
Esta semana, Francisco continuou o ciclo de catequeses sobre a família, falando sobre as "crianças". Ele dividiu esta catequese em duas partes: Hoje, falou do "grande dom que é para a humanidade", na próxima semana falará sobre as feridas que fazem mal à infância.
No resumo que o Papa fez em português, ele reiterou que no termo deste primeiro ciclo de catequeses, dedicado às diversas figuras da vida familiar, desejava falar “das crianças, mais concretamente do grande dom que representam para a humanidade. É que elas sabem olhar a realidade com um olhar puro e confiante, possuem uma extraordinária capacidade de receber e dar ternura, são capazes de sorrir e chorar”.
E recordou que “nos primeiros anos de vida, estivemos totalmente dependentes dos cuidados e solicitude dos outros; mais ainda, recordam-nos que nunca deixamos de ser filhos: mesmo quando uma pessoa chega à idade adulta e se torna pai e mãe, no fundo de tudo subjaz a sua identidade de filho, de filha. Isto significa que a vida não tem origem em nós mesmos, mas recebemo-la; às vezes corremos o risco de nos esquecermos disto, como se fôssemos nós os senhores da nossa existência. E não! Somos radicalmente dependentes: em toda e qualquer idade, situação e condição de vida, somos e permanecemos filhos”.
O Papa explicou que “esta é a primeira mensagem que nos dão as crianças com a sua presença: recordam-nos sem cessar a condição necessária para entrar no Reino de Deus, ou seja, não nos considerarmos auto-suficientes, mas carecidos de ajuda, de amor, de perdão. Na realidade, Jesus convida-nos a tornarmo-nos como as crianças, para entrar no Reino de Deus. Elas enchem-nos de vida, alegria, e esperança. É verdade que acarretam também preocupações e às vezes problemas; mas é melhor uma sociedade com estas preocupações e problemas do que uma sociedade triste e cinzenta porque sem crianças”.
Ele cumprimentou os peregrinos de língua portuguesa com menção particular aos grupos paroquiais de Santa Rita e de São Vicente, “desejando que possais viver e crescer na amizade com Deus Pai, deixando que o seu amor sempre vos regenere como filhos e vos reconcilie com Ele e com os irmãos. Desça, sobre vós e vossas famílias, a abundância das suas bênçãos”.
Após as saudações em diferentes línguas, o Papa dirigiu um pensamento especial aos jovens, enfermos e recém-casados. E lembrou que nesta quinta-feira, 19 de março, comemora-se a solenidade de São José, patrono da Igreja universal. Assim, pediu aos jovens para olhar para São José "como um exemplo de vida humilde e discreta". Aos doentes convidou a "carregar a cruz com a atitude de silêncio e oração do pai adotivo de Jesus". Por último, aos recém-casados, exortou a "construir a família sobre o mesmo amor que uniu José à Virgem Maria”.