Papa Francisco pede abolição de pena de morte
O papa Francisco pediu a abolição da "pena de morte legal ou ilegal em todas as suas formas" em um encontro com uma delegação da Associação Internacional de Direito Penal.
Ele ainda reforçou que "a prisão perpétua é um tipo de pena de morte disfarçada" e criticou as detenções preventivas. "Quando, de forma abusiva, a Procuradoria antecipa a pena antes da condenação ou como uma medida que se aplica a alguém que é mais ou menos suspeito de um delito, isso constitui outra forma contemporânea de pena ilícita e oculta, do lado de lá de qualquer legalidade", afirmou o Pontífice.
O líder da Igreja Católica criticou os tratamentos aplicados nas cadeias de segurança máxima pelo mundo, dizendo que "uma forma de tortura é, às vezes, aquela que se aplica na reclusão em cárceres de segurança máxima, com a ausência de estímulos sensoriais, a completa impossibilidade de comunicação e a falta de contato com outros seres humanos".
Segundo Jorge Bergoglio, "estes abusos podem ser parados com o empenho da comunidade internacional em reconhecer a dignidade de qualquer pessoa apesar de tudo". Ele ainda criticou os "centros clandestinos de detenção, modernos campos de concentração, instituto para crianças e hospitais psiquiátricos".
O Papa ainda pediu que os países parem de "castigar penalmente as crianças", pois elas deveriam "ser alvos de todos os privilégios que o Estado pode oferecer" para crescerem de maneira saudável. De acordo com Francisco, "não se aprende só com as virtudes dos santos, mas também com os erros dos pecadores".
O sucessor de Bento XVI ainda lembrou outras formas de crime contra as pessoas, como a fome e a pobreza extrema. "Algumas formas de criminalidade feitas por pessoas lesam gravemente a dignidade das pessoas e do bem comum. E, muitas delas, não poderiam ser cometidas sem a cumplicidade – ativa ou não – das autoridades públicas", ressaltou o Papa.
Seguindo na linha pública, Francisco afirmou que "as formas de corrupção" devem ser combatidas com mais severidade, pois são elas "que causam graves danos sociais, seja na questão econômica ou não, como as fraudes nas administrações públicas ou no exercício desleal de um governo ou da Justiça".