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Papa Francisco pede reconciliação e ativismo da Igreja em Cuba

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Em sua última missa celebrada em Cuba, o papa Francisco fez um apelo nesta terça-feira (22) por reconciliação e por ativismo na Igreja Católica da ilha, ao discursar para centenas de pessoas no Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, em Santiago. "Queremos ser uma Igreja que saia de casa para construir pontes, derrubar muros e semear a reconciliação", afirmou o Pontífice nesta manhã. "Como Maria, queremos ser uma Igreja que serve, que sai de casa, que sai dos seus templos, das suas sacristias para acompanhar a vida", destacou.

Dirigindo-se aos fiéis cubanos, o Papa fez um pedido de reconciliação e orou à Nossa Senhora da Caridade. "Reúna o teu povo disperso pelo mundo. Faça da nação cubana um lugar de irmãos e irmãs", pediu. Francisco também chamou os cubanos a viverem a "revolução da ternura". "Geração após geração, dia após dias, somos convidados a renovar a nossa fé. Somos convidados a viver a revolução da ternura. A sair de casa, a manter os olhos e o coração aberto aos outros", proclamou. De acordo com o Pontífice, a "fé nos faz ir ao encontro dos outros para dividir alegrias, dores, esperanças e frustrações.

Nos leva para visitar o doente, o prisioneiro, o que chora e o que ri". Ao chegar ao templo da Nossa Senhora da Caridade do Cobre, considerada a padroeira de Cuba, Francisco depositou flores e fez uma oração em silêncio por alguns minutos. Ele foi acolhido por uma multidão, que festejava sua chegada no papamóvel. O papa cumprimentou com um aperto de mão o presidente cubano, Raúl Castro, que está acompanhando todas as suas celebrações na ilha. Esta é a sua primeira viagem a Cuba – e a terceira de um líder da Igreja Católica, depois de João Paulo II e Bento XVI –. O Papa chegou na última sexta-feira (18) à ilha e visitou Havana e Holguín. Além da mediação diplomática por uma reaproximação com os Estados Unidos e pelo fim do embargo a Cuba, um dos principais desafios do Pontífice nesta visita é reativar a Igreja Católica na ilha, cujas atividades foram congeladas pela Revolução Cubana, em 1959.

Com 11 milhões de habitantes, Cuba passa por uma gradual abertura econômica e política, o que permite também mais liberdade de culto. Neste ano, foi anunciada a construção de um templo católico na ilha, o primeiro a ser erguido desde a revolução. A igreja ficará na província de Pinar Del Rio e será dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, com capacidade para 200 pessoas sentadas. Atualmente, a ilha conta com 357 sacerdotes, 650 templos e 325 paróquias.

Um ponto a favor de Jorge Mario Bergoglio é sua experiência em lidar com regimes ditatoriais, como o deu país natal, a Argentina, nos anos de chumbo. A missa em Santiago foi um dos últimos compromissos de Francisco em Cuba. Ainda hoje, ele seguirá viagem para os Estados Unidos e será recebido no aeroporto de Washington.

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