Papa Francisco será convidado a discursar no Parlamento Europeu
"O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, será recebido pelo papa Francisco e aproveitará a ocasião para convidar o papa a fazer um discurso no Parlamento Europeu", declararam os eurodeputados italianos Enzo Rivellini e Potito Salatto, durante uma conferência de imprensa realizada ontem em Roma.
De acordo com os dois representantes da Itália no Parlamento Europeu, o importante convite é resultado de uma campanha apoiada por eles para promover a candidatura do papa Francisco ao Prêmio Sakharov.
O Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi criado pelo Parlamento Europeu em 1988 para premiar personalidades ou organizações que tenham dedicado a existência à defesa dos direitos humanos e das liberdades individuais.
Embora contestada por uma generalizada ideologia contrária à Igreja Católica e ao pontificado romano, 50 deputados assinaram a petição necessária para nomear o papa Francisco entre os candidatos ao Prêmio Sakharov. O mínimo eram 40 assinaturas.
Rivellini afirmou que o documento foi assinado por membros de várias forças políticas de diferentes países. Assinaram o pedido deputados italianos, holandeses, alemães, portugueses, espanhóis, poloneses e ingleses.
Os dois eurodeputados informaram a novidade ao núncio apostólico em Bruxelas e a outros expoentes da Igreja Católica.
Salatto explicou que, mesmo sendo meritória, seria difícil que o papa aceitasse tal candidatura. Assim, em vez de se apresentar a candidatura de Francisco ao prêmio, optou-se por formalizar um convite ao papa para discursar em Bruxelas ou em Estrasburgo.
Revellini e Salatto disseram que ninguém esperava tal sensibilidade no Parlamento para com o papa Francisco, e acrescentaram que a carta assinada pelos eurodeputados e enviada a Martin Schulz, visando convidar o bispo de Roma, também é resultado da campanha de sensibilização organizada por eles para candidatar o papa ao Prêmio Sakharov.
Ainda não são publicamente conhecidas todas as candidaturas ao prêmio. Uma delas deverá ser a da adolescente de dezesseis anos Malala Yousafzai, ativista dos direitos humanos que sobreviveu a um atentado terrorista.
Na carta que os eurodeputados enviaram a Martin Schultz, ressalta-se que, nos dias de hoje, "em que as palavras guerra e paz ganham dramática relevância", o convite ao Santo Padre "seria um gesto de grande significado e um reconhecimento prestado a quem está levando em frente, com autoridade e coragem, o diálogo inter-religioso e intercultural para promover o futuro da convivência humana".