Papa lava pés de presidiários e destaca a importância do perdão
O papa Francisco voltou a fazer a cerimônia do lava-pés, um dos ritos mais importantes da “Quinta-Feira Santa” para os católicos, em um presídio italiano e destacou durante a homilia a importância do perdão.
A missa “In Coena Domini” no presídio de Civitavecchia, que fica a cerca de 80 quilômetros de Roma, foi realizada na capela do local e contou também com a presença dos diretores da instituição penal e da ministra de Justiça da Itália, Marta Cartabia.
Falando do ato de lavar os pés, o Pontífice destacou que “Jesus lava os pés do traidor, daquele que o vende” e que isso é visto como uma “coisa estranha” no mundo atual.
“Jesus nos ensina isso, simplesmente. Entre vocês, vocês devem lavar os pés, um serve o outro, sem interesse. Que bonito seria se isso fosse possível de fazer todos os dias e para todas as pessoas. Servir. É Jesus que, ao fim, perdoa o traidor e perdoa tudo”, disse aos presentes.
“Deus perdoa tudo e Deus perdoa sempre. Somos nós que nos cansamos de pedir. Mas, peçam perdão a Jesus. Há um Senhor que julga, mas é um juízo estranho: o Senhor julga e sempre perdoa. Isso para seguirmos sempre com a vontade de servir e nos perdoar”, acrescentou.
Entre os 12 detidos que tiveram os pés lavados por Jorge Mario Bergoglio estavam homens e mulheres de diversas idades e nacionalidades.
Ao fim da missa, Francisco ainda ouviu agradecimento dos funcionários pela celebração no local e os detentos deram de presente uma imagem do antigo porto de Civitavecchia, alguns produtos da horta cultivada por eles e alguns trabalhos manuais.
Pouco antes de sair do presídio, o líder católico ainda se dirigiu para uma área de encontros, onde saudou e conversou rapidamente com cerca de 50 pessoas que estavam ali.
O rito de lava-pés sempre é realizado com grupos minoritários e de assistência social desde que Francisco assumiu o pontificado.
Nos presídios, o chefe da Igreja Católica foi em 2013 ao centro de detenção juvenil Casal del Marmo; em 2015 na prisão de Rebibbia; em 2017, no de segurança máxima de Velletri; e em 2018 no Regina Coeli – todos em locais próximos a Roma ou na capital.
Em 2019, o Papa se dirigiu ao presídio de segurança máxima de Paliano, em Frosinone. Já nos últimos dois anos, a cerimônia foi suspensa por conta das medidas sanitárias para evitar a disseminação da Covid-19.