Depois de quarenta anos das trevas trazidas pela fumaça de Satanás no Concilio Vaticano II, o sol volta a brilhar, cada vez mais claro no céu da Igreja, graças às palavras pronunciadas por Bento XVI em sua viagem a Fátima. Bento XVI reacendeu o sol da esperança.
As almas andavam desanimadas em meio às trevas e à confusão doutrinária causada pelo relativismo do Vaticano II. A fé se obscurecera entre os católicos. Os costumes se arruinaram. Com o Concílio, tudo ficou relativo. Tudo ficou permitido. Tudo desmoronou. A Cidade de Deus ficou em ruínas. Em meio a essas ruínas, “um Bispo vestido de branco" foi a Fátima, sol da Igreja, no século XXI.
Antes dessa viagem bendita, tudo era posto em dúvida. Até se fez o povo descrer das promessas de triunfo que Nossa Senhora profetizara em Fátima. O sol da Igreja parecia ter enlouquecido. Bispos vestiam-se de palhaços a celebrar loucamente a Missa Nova. Em Assis, um Buda foi posto em cima do sacrário de Cristo. Paulo VI foi se prostrar diante da ONU, declarando-a a única fonte da paz para o mundo. E João Paulo II beijou o Corão e aceitou que lhe colocassem na testa o sinal de Shivá.
O Sol da Igreja caiu em direção ao homem, em direção à terra, exaltando a Civilização do Homem, exaltando o novo ídolo: o Homem.
E Cristo, Deus e homem, foi retirado do centro dos altares.
Trevas. Trevas. E as trevas cobriram a face do abismo cavado jubilosamente pelos Bispos conciliares. E parecia que tudo fora perdido. E que os tesouros da tradição católica haviam sido esparramados como lixo no abismo da iniquidade.
Nessa confusão jamais vista igual na história bi-milenar da Igreja, até mesmo Fátima foi atingida, quando uma autoridade eclesiástica pretendeu fazer de seu santuário um templo do ecumenismo.
Cardeais fizeram crer que Fátima já fora ultrapassada. E seus devotos foram chamados por irrisão – “ecumenicamente” – de “fatimitas”.
Até das palavras e das promessas de Nossa Senhora se fizeram fábulas. O sol de Fátima parecia ter caído abaixo do horizonte da história que ele veio iluminar.
Trevas. Trevas das mentiras. Trevas dos vícios.
Em meio a essas trevas, subitamente se ergueu o monstro da pedofilia dos padres modernos. E aquele que a combatia — o Cardeal Ratzinger, o Papa Bento XVI – foi apedrejado pela mídia internacional, em campanha orquestrada, como sendo ele o culpado desse fruto monstruoso do relativismo moral, desse fruto podre da heresia modernista, que sempre proclamou que a moral muda e que tudo devia ser permitido.
Em meio a seu apedrejamento, sereno e imperturbável, Bento XVI foi a Fátima. Como um filho que vai à casa de sua Mãe buscar conforto e sustentação.
E desde o avião em que viajava, ele já lançou o brado da verdade: não é correto que o Segredo de Fátima se realizou no atentado de Agca contra João Paulo II, em 1981, como o Cardeal Sodano e outros tentaram impingir para deturpar a profecia de Nossa Senhora e continuar a ocultar o que a Mãe do Céu nos veio dizer em 1917.
E de que adianta esconder em segredo as palavras da profecia, quando a profecia é lida nos fatos que estão acontecendo?
A Mensagem de Fátima está se realizando a nossos olhos. Agora. Ela tem relação com a “sporchizzia” da pedofilia do clero moderno e modernista, que enterrou a ascese, que abandonou a cruz. Que negou o Sol da Verdade. Que renegou a Luz da Verdade imutável do Sol de Justiça.
Em Fátima, Bento XVI consagrou o clero ao Imaculado Coração de Maria. Entre o demônio da pederastia e do homossexualismo que assola o clero, o Papa colocou, qual muralha indestrutível e inquebrantável, a consagração de todos os sacerdotes e seminaristas ao Imaculado Coração de Maria. Que frutos sobrenaturais não advirão dessa Consagração feita em tão boa hora?!
Mais ainda. Dizendo que a mensagem de Fátima está se realizando em nossos dias e que ela se completará no futuro, com o triunfo do Coração Imaculado de Maria, o Papa Bento XVI reacendeu a chama da tocha que Nossa Senhora trouxe do Céu, em Fátima, em 1917.
A Modernidade está próxima de seu fim.
Eis as palavras do Papa, hoje dia 13 de Maio:
“Enganar-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída”. (Bento XVI, Sermão em Fátima em 13 de Maio de 2010).
Mentiam os que afirmavam que Fátima estava ultrapassada. Vivemos, também hoje, a realização da profecia. Um Papa está sendo apedrejado. Ele reza sozinho em seu calvário.
E Bento XVI relacionou esse combate atual, essa paixão dolorosa que a igreja está sofrendo, hoje, com a guerra incessante movida pela antiga serpente aos filhos da Mulher:
“Aqui revive aquele desígnio de Deus que interpela a humanidade desde os seus primórdios: «Abel, onde está o teu irmão? […] A voz do sangue de teu irmão grita para mim do solo da terra!» (Gen. 4, 9)”.(idem).
O Papa alude à civilização do ódio e da injustiça que é a Modernidade, essa Cidade do Homem que se faz deus, civilização da paz do mundo e do amor degradado a mero instinto, que só geram ódio e crime e guerra, dizendo:
“O homem pode desencadear um ciclo de morte e de terror, mas não consegue interrompê-lo…” (Bento XVI, Sermão em Fátima em 13 de Maio de 2010).
O ciclo de morte e terror desencadeado desde Lutero até Lênin e Fidel Castro, passando por Robespierre, já não se poderá deter. A desordem da Modernidade terminará em sangue e morte, em guerra e destruição. O anjo em Fátima brandia uma espada de fogo e clamava por penitência.
Penitência…
Lembro-me de uma visita que um pobre franciscano me fez fazer a um seu antigo convento onde residiam apenas uns três frades. O antigo colégio que tinham fora fechado por que não dava lucro e então os filhos da pobreza o substituíram por um super mercado. Que dava lucro. O Superior do convento que nos recebeu chegou sem corda à cintura e sem batina. Com camisa esportiva. E nela estava escrito: “Gay pleasure”.
Meninos, eu li.
Frades assim, quando vão a Fátima, fazem viagem turística… por penitência…
Bento XVI não foi fazer turismo em Fátima. Em meio à tempestade que assola a Igreja, em meio à fúria de ódio que o aflige, serenamente Bento XVI foi a Fátima.
“Vim a Fátima, porque para este lugar converge hoje a Igreja peregrinante, desejada pelo seu Filho qual instrumento de evangelização e sacramento de salvação. Vim a Fátima para rezar, com Maria e com tantos peregrinos, para a nossa humanidade aflita por misérias e sofrimentos. Enfim, vim a Fátima, com os mesmos sentimentos dos Beatos Francisco e Jacinta e da Serva de Deus Lúcia, para confiar a Nossa Senhora a íntima confissão que amo, que a Igreja, que os sacerdotes amam a Jesus e desejam ter os olhos fixos nEle, enquanto se conclui este Ano Sacerdotal, e para confiar à materna proteção de Maria os sacerdotes, os consagrados e as consagradas, os missionários e todos os que fazem algum bem, que tornam acolhedora e benéfica a Casa de Deus” (Bento XVI, Sermão em Fátima em 13 de Maio de 2010).
Em Fátima, está a esperança deste mundo desesperado das coisas humanas, desesperado do Humanismo, esse ídolo oco forjado pelas forças do mal. Em Fátima está a esperança: a Virgem Maria, Mãe do Verbo encarnado aquela que nos trouxe o Verbo, que nos deu a Palavra para que disséssemos a Verdade. Em Fátima, Maria Santíssima nos trouxe as palavras de esperança certa. A noite da eternidade não permanecerá para sempre. Seu fim se aproxima. O Sol da Verdade católica vai renascer.
“Sim! O Senhor, a nossa grande esperança está conosco” (Bento XVI, Sermão em Fátima em 13 de Maio de 2010).
Maria.
Prova de que o sol não cairá mais e de que não mais dançará voluvelmente, como o falso sol do racionalismo relativista do antropocentrismo, é a promessa de Nossa Senhora em 1917, palavra ocultada até hoje em sua plenitude, e que Bento XVI fez entrever.
“Prova disso é este lugar bendito. Dentro de sete anos voltareis aqui para celebrar o centenário da primeira visita feita pela Senhora «vinda do Céu», como Mestra que introduz os pequenos videntes no íntimo conhecimento do Amor trinitário e os leva a saborear o próprio Deus como a cosa mais bela da existência humana” (Bento XVI, Sermão em Fátima em 13 de Maio de 2010). O Papa, em Fátima, reacendeu a esperança daqueles que na noite do Concílio permaneceram fiéis crendo na luz que não muda:
“Quem vigia, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração desperto na oração? Quem espera a aurora do novo dia, tendo acesa a chama da fé? A fé em Deus abre para o homem o horizonte de uma esperança certa que não desilude; indica um sólido fundamento sobre o qual apoiar, sem medo, a própria vida; exige o abandono, pleno de confiança, nas mãos do Amor que sustenta o mundo” (Bento XVI, Sermão em Fátima em 13 de Maio de 2010).
O Papa mostra então que, hoje, a família humana desgraçadamente quer destruir os laços sagrados do matrimônio, a vida dos nascituros, negar toda a lei natural, fazer valer o individualismo mais egoísta e relativista, como jamais foi visto igual na historia. E a humanidade faz isso buscando a própria sepultura, depois de uma morte talvez no fogo nuclear:
“Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais santos no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do Céu a nossa Mãe bendita, oferecendo-se para transplantar no coração de quantos nela confiam o Amor de Deus que arde no seu. Naquele tempo, havia somente três, cujo exemplo de vida se difundiu e multiplicou em grupos inumeráveis por toda a superfície da terra, em particular à passagem da Virgem Peregrina, os quais se dedicaram à causa da solidariedade fraterna.
E Bento XVI nos alenta a esperar em meio às trevas, a esperar em meio às perseguições, a esperar, até para muito breve, o triunfo do Coração do Imaculado Coração de Maria, dizendo-nos:
“Possam estes sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressarem o pré anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria a glória da Santíssima Trindade”.
Com tais palavras de fogo, de luz e de esperança, Bento XVI reacendeu o sol da verdade e o fixou firmemente, de novo, no céu imutável e imperecível da igreja.
Em Fátima, Bento XVI reacendeu e fixou o sol.
São Paulo 13 de Maio de 2010
Orlando Fedeli
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Homilia do Santo Padre, o Papa Bento XVI, proferida na Santa Missa rezada na Esplanada do Santuário de Fátima na quinta-feira, 13 de maio de 2010.
Caros peregrinos,
«A sua estirpe será famosa entre os povos, […] esses são a estirpe bendita do Senhor» (Is 61, 9). Assim começava a primeira leitura dessa Eucaristia, cujas palavras encontram admirável realização nesta assembleia devotamente recolhida aos pés da Senhora de Fátima. Irmãs e irmãos tão amados, eu também vim a Fátima como peregrino, vim a esta «casa» que Maria escolheu para nos falar nos tempos modernos. Vim a Fátima para gozar da presença de Maria e de sua materna proteção.
Vim a Fátima, porque para este lugar converge hoje a Igreja peregrinante, desejada pelo seu Filho qual instrumento de evangelização e sacramento de salvação. Vim a Fátima para rezar, com Maria e com tantos peregrinos, para a nossa humanidade aflita por misérias e sofrimentos. Enfim, vim a Fátima, com os mesmos sentimentos dos Beatos Francisco e Jacinta e da Serva de Deus Lúcia, para confiar a Nossa Senhora a íntima confissão que «amo», que a Igreja, que os sacerdotes «amam» a Jesus e desejam ter os olhos fixos nEle, enquanto se conclui este Ano Sacerdotal, e para confiar à materna proteção de Maria os sacerdotes, os consagrados e as consagradas, os missionários e todos os que fazem algum bem, que tornam acolhedora e benéfica a Casa de Deus.
Esses são a estirpe que o Senhor abençoou… Estirpe que o Senhor abençoou és tu, amada diocese de Leiria-Fátima, com o teu Pastore Mons. Antonio Marto, que agradeço pela saudação que me dirigiu no início e por todos os cuidados com que me cumulou, mesmo mediante os seus colaboradores, neste santuário. Saúdo o Senhor Presidente da República e as demais autoridades a serviço desta gloriosa Nação. Idealmente abraço todas as dioceses de Portugal, aqui representadas por seus Bispos, e confio ao Céu todos os povos e as nações da terra. Em Deus, aperto em meu coração todos os seus filhos e filhas, em particular a quantos deles vivem na tribulação ou abandonados, no desejo de transmitir a eles aquela esperança grande que arde em me coração e que aqui, em Fátima, se faz encontrar de maneira mais palpável. A nossa grande esperança lance raízes na vida de cada um de vós caros peregrinos aqui presentes, e de quantos estão unidos conosco através dos meios de comunicação social.
Sim! O Senhor, a nossa grande esperança está conosco; no seu amor misericordioso, oferece um futuro a seu povo: um futuro de comunhão consigo. Tendo experimentado a misericórdia e a consolação de Deus que não o tinha abandonado ao longo do cansativo caminho de retorno do exílio de Babilônia, o povo de Deus exclama: «Eu me regozijo plenamente no Senhor, a minha alma exulta em meu Deus» (Is 61,10).
Filha excelsa deste povo é a Virgem Mãe de Nazaré, a qual, revestida de graça e docemente surpresa pela gestação de Deus que vinha se cumprindo em seu seio, faz igualmente sua essa alegria e essa esperança no cântico do Magnificat: «O meu espírito exulta em Deus, meu Salvador». Nesse ínterim ela não se vê como uma privilegiada no meio de um povo estéril, antes profetiza para eles as doces alegrias de uma prodigiosa maternidade de Deus, porque «de geração em geração a sua misericórdia por aqueles que o temem» (Lc. 1, 47.50).
Prova disso é este lugar bendito. Dentro de sete anos voltareis aqui para celebrar o centenário da primeira visita feita pela Senhora «vinda do Céu», como Mestra que introduze os pequenos videntes no íntimo conhecimento do Amor trinitário e os leva a saborear o próprio Deus como a cosa mais bela da existência humana. Uma experiência de graça que os fez enamorados de Deus em Jesus, a ponto de que Jacinta exclamava: «Agrada-me tanto dizer a Jesus que O amo! Quando lho digo muitas vezes, parece-me ter um fogo no peito, mas não me queimo». E Francisco dizia: «O que me agradou mais que tudo, foi de ver Nosso Senhor naquela luz que a Nossa Mãe nos colocou no peito. Quero tanto bem a Deus!» (Memórias de Irmã Lúcia, OS, 42 e 126).
Irmãos, ao ouvir estas inocentes e profundas confidências místicas dos pastorzinhos, alguém poderia olhá-los com um pouco de inveja porque eles viram, ou então com a desiludida resignação de quem não teve a mesma sorte, mas insiste no querer ver. A tais pessoas, o Papa diz como Jesus: «Não é talvez por isso que estais no erro, porque não conheceis as Escrituras, nem o poder de Deus?» (Mc 12,24). As Escrituras nos convidam a crer: «Bem aventurados os que não viram e creram » (Jô., 20, 29), mas Deus – mais íntimo a mim de quanto o seja eu mesmo (cfr. S. Agostino, Confissões, III, 6, 11) – tem o poder de vir até nós, em particular mediante os sentidos interiores, assim que a alma recebe o toque suave de uma realidade que se acha além do sensível e que a torna capaz de atingir o não sensível o não visível aos sentidos.
Para tal escopo se exige uma vigilância interior do coração que, para a maior parte do tempo, não temos, por causa da forte pressão das realidades externas e das imagens e preocupações que enchem a alma (cfr. Comentário teológico da Mensagem de Fátima, ano 2000). Sim! Deus pode nos alcançar, oferecendo-se à nossa visão interior. Mais ainda, aquela Luz no íntimo dos Pastorzinhos, que provém do futuro de Deus, é a mesma que se manifestou na plenitude dos tempos e veio para todos: o Filho de Deus feito homem. Que Ele tenha o poder de inflamar os corações mais frios e tristes, nos o vemos nos discípulos de Irmãos (cfr. Lc. 24,32). Por isso a nossa esperança tem fundamento real, e se apóia sobre um evento que se coloca na história e ao mesmo tempo a supera: é Jesus de Nazaré. E o entusiasmo suscitado pela sua sabedoria e pelo seu poder salvador no povo de então era tal que uma mulher no meio à multidão – como ouvimos no Evangelho – exclama: «Bem aventurado o ventre que te trouxe e o seio que te amamentou». Todavia Jesus respondeu: «Bem aventurados antes aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!» (Lc. 11, 27.28). Mas quem tem tempo para ouvir a sua palavra e deixar-se fascinar por seu amor? Quem vigia, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração desperto na oração? Quem espera a aurora do novo dia, tendo acesa a chama da fé? A fé em Deus abre para o homem o horizonte de uma esperança certa que não desilude; indica um sólido fundamento sobre o qual apoiar, sem medo, a própria vida; exige o abandono, pleno de confiança, nas mãos do Amor que sustenta o mundo.
«Será famosa entre os povos a sua estirpe, […] esses são a estirpe bendita do Senhor» (Is 61,9) com uma esperança inabalável e que frutifica num amor que se sacrifica pelos outros mas não sacrifica os outros; antes – como ouvimos na segunda leitura – «tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (1Cor. 13,7). Disto são exemplo e estímulo os Pastorzinhos, que fizeram de sua vida uma oferta a Deus e uma partilha com os outros por amor de Deus. Nossa Senhora os ajudou a abrir o coração à universalidade do amor. Em particular, a beata Jacinta se mostrava incansável na partilha com os pobres e no sacrifício pela conversão dos pecadores. Somente com esse amor de fraternidade e de partilha conseguiremos edificar a civilização do Amor e da Paz.
Enganar-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída. Aqui revive aquele desígnio de Deus que interpela a humanidade desde os seus primórdios: «Abel, onde está o teu irmão? […] A voz do sangue de teu irmão grita para mim do solo da terra!» (Gen. 4, 9). O homem pode desencadear um ciclo de morte e de terror, mas não consegue interrompê-lo… Na Sagrada Escritura aparece frequentemente que Deus esteja em busca de justos para salvar a cidade dos homens e o mesmo Ele faz aqui, em Fátima, quando Nossa Senhora pergunta: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todas os sofrimentos que Ele quererá vos mandar, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?» (Memórias de Irmã Lúcia, OS, 162).
Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais santos no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do Céu a nossa Mãe bendita oferecendo-se per transplantar no coração de quantos nela confiam o Amor de Deus que arde no seu. Naquele tempo havia somente três, cujo exemplo de vida si difundiu e multiplicou em grupos inumeráveis por toda a superfície da terra, em particular à passagem da Virgem Peregrina, os quais se dedicaram à causa da solidariedade fraterna. Possam estes sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressarem o pré anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria, a glória da Santíssima Trindade.