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Realidade do Purgatório – Análise destalhada do tema

Paramentos Litúrgicos

Raramente as pessoas pensam naqueles que sofrem no purgatório, entretanto, estão gozando a plenitude da saúde e a felicidade, ocupados em seus afazeres, enquanto as pobres almas sofrem inenarráveis agonias em seus leitos de chama.

Reproduzido pelo Escrito do Padre O’ Sulivan, com aprovação de Sua Eminência o Cardeal de Lisboa – Palácio Cardinalício.

É nosso mais caro desejo que cada católico lesse este livro e que o comunicasse por todas as partes, tanto como lhe seja possível.

Prefácio: “Leia-me ou lamenta-o”

O titulo é algo alarmante. Assim, estimado leitor, se tu lês este pequeno livro, tu verás por ti mesmo quão merecido é.

O livro nos conta como salvar a nós mesmos e a outros de um sofrimento inenarrável.

Alguns livros são bons e alguns outros podem ser de proveito. Outros são melhores e devem ser lidos sem falta.

Há, sem dúvida, livros de tão excelente mérito por razão de seus conselhos, a convicção que acarretam e a ação urgente a que nos impulsionam.

“Leia-me ou lamenta-o” pertence a essa classe de livros.

É para teu maior interesse, estimado amigo, que o leias e releias, para ponderá-lo bem e profundamente em seus conteúdos.

Nunca te arrependerás disto, pelo contrario, grande e amargo será teu arrependimento se tu deixas de estudá-lo em suas substanciosas páginas.

Auxílio, Auxílio, sofremos muito!

Nunca chegaremos a compreender suficientemente de modo claro como uma esmola, pequena ou grande, dada em favor das almas sofredoras, é dada diretamente a Deus.

Que a aceita e recorda como se a houvessem dado diretamente a Ele. Assim, tudo o que façamos por elas, Deus o aceita como feito para Ele. É como se O aliviássemos ou liberássemos a Ele mesmo do Purgatório.

E de que maneira nos pagará!

Não há maior sede, pobreza, necessidade, pena, dor, sofrimento que se compare aos das Almas do Purgatório, portanto não há esmolas mais merecidas, nem mais agradáveis a Deus, nem mérito mais alto para nós, do que rezar, pedir celebrações de Missas, e dar esmolas em favor das pobres Santas Almas.

É muito possível que alguns de nossos mais próximos e queridos parentes estejam, todavia sofrendo as purificantes penas do Purgatório e lamentando entre lastimosos gemidos para que os ajudemos e aliviemos.

Não é terrível que sejamos tão duros que não possamos pensar neles, nem tampouco possamos ser tão cruéis que deliberadamente os esqueçamos?

Pelo amor de Cristo, façamos tudo, mas tudo, o que pudermos por elas.

Muitos dependem de suas orações.

É INCOMPREENSÍVEL COMO TANTOS CRISTÃOS, AINDA AQUELES QUE DE UMA OU OUTRA FORMA SÃO DEVOTOS, VERGONHOSAMENTE DESATENDEM AS ALMAS DO PURGATÓRIO.

PARECERÁ QUE NÃO CREEM. CERTAMENTE É QUE SUAS IDEIAS ACERCA DELE SÃO MUITO DIFUSAS.

DIAS E SEMANAS E MESES PASSAM SEM QUE ELES RECEBAM UMA MISSA DITA POR ELAS! RARAMENTE TAMBÉM, OUVEM MISSA POR ELES, RARAMENTE REZAM POR ELES, RARAMENTE PENSAM NELES! ENTRETANTO ESTÃO GOZANDO A PLENITUDE DA SAÚDE E A FELICIDADE, OCUPADOS EM SEUS TRABALHOS; DIVERTINDO-SE, ENQUANTO AS POBRES ALMAS SOFREM INENARRÁVEIS AGONIAS EM SEUS LEITOS DE CHAMAS.

QUAL É A CAUSA DESTA HORRÍVEL INSENSIBILIDADE? IGNORÂNCIA: INEXPLICÁVEL IGNORÂNCIA.

“SERIA PREFERÍVEL SOFRER TODOS OS POSSÍVEIS TORMENTOS NA TERRA ATÉ O DIA FINAL QUE PASSAR UM SÓ DIA NO PURGATÓRIO”. (SÃO CIRILO DE ALEXANDRIA)

As pessoas não se dão conta do que é o Purgatório.

Não concebem as espantosas penas, nem tem ideia dos largos anos que as almas são retidas nessas horríveis chamas.

Como resultado, as pessoas fazem pouco ou nada para evitar a si mesmos o Purgatório, e ainda pior, cruelmente ignoram as pobres almas que já estão ali e que dependem inteiramente deles para ser auxiliadas.

Estimado leitor, lê atentamente esta pequena postagem com cuidado e irá bendizer o dia que caiu em tuas mãos.

O PURGATÓRIO É UMA PRISÃO DE FOGO NA QUAL QUASE TODAS AS ALMAS SALVAS SÃO SUBMERSAS DEPOIS DA MORTE E NA QUAL SOFREM AS MAIS INTENSAS PENAS.

Aqui está o que os maiores doutores da igreja nos dizem acerca do Purgatório:

SANTO TOMÁS AQUINO, O PRÍNCIPE DOS TEÓLOGOS, DISSE QUE O FOGO DO PURGATÓRIO É IGUAL EM INTENSIDADE AO FOGO DO INFERNO, E QUE O MÍNIMO CONTATO COM ELE É MAIS ATERRADOR QUE TODOS OS SOFRIMENTOS POSSÍVEIS

DESTA TERRA! SANTO AGOSTINHO, O MAIOR DE TODOS OS SANTOS DOUTORES, ENSINA QUE PARA SEREM PURIFICADAS DE SUAS FALTAS ANTES DE SEREM ACEITAS NO CÉU, AS ALMAS DEPOIS DE MORTAS SÃO SUJEITAS A UM FOGO MAIS PENETRANTE E MAIS TERRÍVEL DO QUE NENHUM QUE SE POSSA VER; SENTIR OU CONCEBER NESTA VIDA.

AINDA QUE ESTE FOGO ESTEJA DESTINADO A LIMPAR E PURIFICAR A ALMA, DISSE O SANTO DOUTOR, AINDA É MAIS AGUDO QUE QUALQUER COISA QUE POSSAMOS RESISTIR NA TERRA.

SÃO CIRILO DE ALEXANDRIA NÃO DUVIDA EM DIZER QUE “SERIA PREFERÍVEL SOFRER TODOS OS POSSÍVEIS TORMENTOS NA TERRA ATÉ O DIA FINAL QUE PASSAR UM SÓ DIA NO PURGATÓRIO”.

OUTRO GRANDE SANTO DISSE: “NOSSO FOGO, EM COMPARAÇÃO COM O FOGO DO PURGATÓRIO, É UMA BRISA FRESCA”.

COMO É QUE AS PENAS DO PURGATÓRIO SÃO TÃO SEVERAS?

O fogo que vemos na Terra foi feito pela bondade de Deus para nossa comodidade e nosso bem estar.

O fogo do Purgatório, pelo contrário, está feito pela Justiça de Deus para penar e purificar-nos e é, por conseguinte, incomparavelmente mais severo.

Nosso fogo, como máximo, arde até consumir nosso corpo; feito de matéria, pelo contrário o fogo do Purgatório atua sobre a alma espiritual, a qual é inexplicavelmente mais sensível a pena.

TÃO SEVERO COMO É O FOGO DO PURGATÓRIO, É A PENA DA SEPARAÇÃO DE DEUS, A QUAL A ALMA TAMBÉM SOFRE NO PURGATÓRIO, E ESTA É A PENA MAIS SEVERA.

A ALMA SEPARADA DO CORPO DESEJA COM TODA A INTENSIDADE DE SUA NATUREZA ESPIRITUAL ESTAR COM DEUS.
É CONSUMIDA DE INTENSO DESEJO DE VOAR ATÉ ELE.

AINDA É RETIDA, E NÃO HÁ PALAVRAS PARA DESCREVER A ANGÚSTIA DESSA ASPIRAÇÃO INSATISFEITA.

QUE LOUCURA, ENTÃO, É PARA UM SER INTELIGENTE COMO O SER HUMANO NEGAR QUALQUER PRECAUÇÃO PARA EVITAR TAL ESPANTOSO FEITO. É INFANTIL DIZER QUE NÃO PODE SER ASSIM, QUE NÃO O PODEMOS ENTENDER, QUE É MELHOR NÃO PENSAR OU NÃO FALAR DELE.

O FEITO É QUE, CRENDO OU NÃO, TODAS AS PENAS DO PURGATÓRIO ESTÃO MAIS ALTAS DO QUE PODEMOS IMAGINAR OU CONCEBER.

O Príncipe Polonês

Houve um príncipe polaco, que por uma razão política, foi exilado de seu país natal, e tendo chegado à França, comprou um lindo castelo.

Desafortunadamente, perdeu a Fé de sua infância e estava ocupado em escrever um livro contra Deus e a existência da vida eterna.

Dando um passeio uma noite em seu jardim, se encontrou com uma mulher que chorava amargamente. Perguntou-lhe o porquê de seu desconsolo.

“Oh, príncipe”, ela replicou, “sou a esposa de John Marie, seu mordomo, o qual faleceu faz dois dias. Ele foi um bom marido e um devoto servente de Sua Alteza. Sua enfermidade foi larga e gastei todos os recursos em médicos, e agora não tenho dinheiro para ir a oferecer uma Missa por sua alma “.

O príncipe, tocado pelo desconsolo desta mulher, lhe disse algumas palavras, e ainda que professava já não crer mais na vida eterna, lhe deu algumas moedas de ouro para ter a Missa por seu defunto esposo.

Um tempo depois, também de noite, o Príncipe estava em seu estúdio trabalhando febrilmente em seu livro. Escutou um ruidoso tocar a porta, e sem levantar a vista de seus escritos, convidou a quem fosse a entrar.

A porta se abriu e um homem entrou e parou frente ao escritório de Sua Majestade. Ao levantar a vista, qual não seria a surpresa do Príncipe ao ver a John Marie, seu mordomo morto, que o olhava com um doce sorriso.

Príncipe, disse-lhe, “venho a agradecer-lhe pelas Missas que você permitiu que minha mulher encomendasse por minha alma. Graças ao Salvador Sangue de Cristo, oferecido por mim, vou agora ao Céu , mas Deus me permitiu vir aqui e agradecer-lhe por suas generosas esmolas”.

Logo o agregou solenemente “Príncipe, há um Deus, uma vida futura, um Céu e um Inferno”.

Dito isto, desapareceu.

O Príncipe caiu de joelhos e recitou um Credo.

Santo Antonino de Florença e seu amigo

Aqui há uma narração de diferente classe, mas não menos instrutiva.

Santo Antonino, o ilustre Arcebispo de Florência, relata que um piedoso cavaleiro havia morrido, o qual tinha um amigo em um convento Dominicano no qual o Santo residia.

Varias Missas foram sufragadas por sua alma.

O Santo se afligiu muito quando, depois de um prolongado lapso, a alma do falecido lhe apareceu, sofrendo muitíssimo.

“Oh meu querido amigo” exclamou o Arcebispo, “estás, todavia no Purgatório, tu, que levaste tal piedosa e devota vida?”.

“ASSIM É, E TEREI QUE PERMANECER AQUI POR UM LARGO TEMPO” REPLICOU O POBRE SOFREDOR, “POIS EM MINHA VIDA NA TERRA FUI NEGLIGENTE EM OFERECER SUFRÁGIOS PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO. AGORA, DEUS, POR SEU JUSTO JUÍZO, APLICA OS SUFRÁGIOS QUE DEVIAM SER APLICADOS POR MIM, EM FAVOR DAQUELES PELOS QUAIS ELE DEVIA TER REZADO”.

“MAS DEUS, TAMBÉM, EM SUA JUSTIÇA, ME DARÁ TODOS OS MÉRITOS DE MINHAS BOAS OBRAS QUANDO ENTRAR NO CÉU ; MAS, PRIMEIRO DE TODO, TENHO QUE EXPIAR MINHA GRAVE NEGLIGÊNCIA DE NÃO ME LEMBRAR DOS OUTROS”.

TÃO CERTAS SÃO AS PALAVRAS DE NOSSO SENHOR: “COM A VARA COM QUE MEDES SERÁS MEDIDO”.

Recorda, tu que lês estas linhas, o terrível destino desse piedoso cavaleiro será o daqueles que deixam orar e recusam ajudar as Santas Almas.

DURANTE QUANTO TEMPO A ALMA SOFRE?

A extensão em tempo pela qual as almas permanecem no Purgatório depende de:

a) O número de suas faltas;
b) A malícia e a deliberação com que essas foram realizadas;
c) A penitência, feita ou não, a satisfação feita, ou não, pelos pecados cometidos durante a vida;
d) E também depende dos sufrágios oferecidos por eles depois de suas mortes.

O que se pode dizer com segurança é que o tempo em que as almas passam no Purgatório é, por regra geral, muito mais longo que a gente possa imaginar.

Extraímos algumas citações de livros que falam da vida e das revelações dos Santos.

São Luís Bertrand: seu pai era um exemplar cristão, como naturalmente se podia esperar, sendo o pai de tão grande santo. Em um tempo desejou ser um Monge Cartuxo, até que Deus lhe fez ver que não era Sua vontade.

Quando morreu, ao logo de largos anos de praticar cada virtude cristã, seu filho completamente ao cuidado dos rigores da justiça Divina, ofereceu algumas Missas e elevou as mais ferventes súplicas pela alma do qual o amou tanto.

Uma visão de seu pai no Purgatório o obrigou a multiplicar centenas de vezes seus sufrágios. Agregou as mais severas penas e largos jejuns a suas Missas e orações. Assim oito anos completos passaram antes que obtivesse a liberação de seu pai.

São Malaquias tinha uma irmã ainda no Purgatório, o qual fez que redobrasse seus esforços, e assim mesmo, apesar das Missas, orações e heroicas mortificações oferecidas pelo Santo, ela permaneceu vários anos retida!

Conta-se que uma santa monja em Pamplona, a qual conseguiu liberar várias Carmelitas do Purgatório, que permaneceriam ali pelo término de 30 a 40 anos! Monjas Carmelitas no Purgatório por 40, 50 o 60 anos!

QUAL SERÁ O DESTINO DAQUELES QUE VIVEM IMERSOS NAS TENTAÇÕES DO MUNDO, E COM SUAS FORTES DEBILIDADES?

São Vicente Ferrer, depois da morte de sua irmã, orou com incrível fervor por sua alma e ofereceu várias Missas por sua libertação.

Ela apareceu ao Santo ao final de seu Purgatório, e lhe contou que se não fosse por sua poderosa intercessão ante Deus, ela haveria estado ali por indeterminado tempo.

Na Ordem Dominicana é regra geral orar pelos Superiores no aniversário de suas mortes. Alguns destes têm morrido vários séculos atrás! Eles foram homens eminentes por sua piedade e sabedoria.

Esta regra não seria aprovada pela Igreja se não fosse necessária e prudente.

Não queremos significar com isto que todas as almas estão retidas por tempos iguais nos fogos expiatórios.

Algumas têm cometido faltas leves e tem feito penitência em vida. Portanto, seu castigo será muito menos severo.

Todavia, os exemplos que temos postos aqui são muito oportunos.

SE ESSAS ALMAS, QUE GOZARAM DO TRATO, QUE VIRAM, SEGUIRAM, E TIVERAM A INTERCESSÃO DE GRANDES SANTOS, FICAM RETIDAS LARGO TEMPO NO PURGATÓRIO, QUE SERÁ DE NÓS QUE NÃO GOZAMOS DE NENHUM DESSES PRIVILÉGIOS?

NOSSO SENHOR NOS ENSINA QUE DEVEREMOS RENDER CONTAS POR CADA PALAVRA QUE DIZEMOS E QUE NÃO DEIXAREMOS A PRISÃO ATÉ QUE TENHAMOS PAGADO ATÉ O ÚLTIMO CENTAVO.

Porque uma expiação tão prolongada? As razões não são difíceis de entender.

A malícia do pecado é muito grande, o que a nós nos parece uma pequena falta em realidade uma seria ofensa contra a infinita bondade de Deus, é suficiente ver como os Santos se condoeram sobre suas faltas.

Somos fracos, é nossa tendência, é verdade. Mas, então, Deus nos oferece generosamente abundantes graças para fortalecermos; dá-nos a luz para ver a gravidade de nossas faltas, e a força necessária para vencer a tentação.

Se todavia somos fracos, a falta é toda nossa.

Não usamos a luz e a fortaleza que Deus nos oferece generosamente; não rezamos, não recebemos os Sacramentos como deveríamos.

Um eminente teólogo remarca que se as almas são condenadas ao Inferno por toda a eternidade pelo pecado mortal, não há que se assombrar que outras almas devessem ser retidas por largo tempo no Purgatório por ter cometido deliberadamente incontáveis pecados veniais, alguns dos quais são tão graves que, ao tempo de cometê-los, o pecador escassamente distingue se são mortais ou veniais.

Também, eles podem ter cometido alguns pecados mortais pelos quais tiveram pouco arrependimento e fizeram pouca ou nenhuma penitência.

A culpa tem sido remitida pela absolvição, mas a pena devida pelos pecados terá que ser paga no Purgatório.

Nosso Senhor nos ensina que deveremos render contas por cada palavra que dizemos e que não deixaremos a prisão até que tenhamos pagado até o último centavo.

Os Santos cometeram poucos e leves pecados, e ainda eles sentem muito e fazem severas penas. Nós cometemos muitos e gravíssimos pecados, e nos arrependemos pouco e fazemos pouca ou nenhuma penitência.

Pecados Veniais

Seria difícil calcular o imenso número de pecados veniais que um católico comete.

1) Há um infinito número de faltas no amor, egoísmo, pensamentos, palavras, atos de sensualidade, também em formas variantes, como faltas de caridade no pensamento, palavra, obra, e omissão. Sensualidade, vaidade, zelos [ciúmes], tibieza e outras inumeráveis faltas.

2) Há pecados por omissão que não pagamos.
Amamos tão pouco a Deus, e Ele clama centenas de vezes por nosso amor. Nós O tratamos friamente, indiferentemente e até com ingratidão.

Ele morreu por cada um de nós.

Temos-lhe agradecido como se deve? Ele permanece dia e noite no Santíssimo Sacramento do Altar, esperando por nossas visitas, ansioso de ajudar-nos.

Quão pouco nós vamos a Ele! Ele anseia vir a nós na Santa Comunhão, e O recusamos.

Ele Se oferece a Si mesmo por nós cada dia no Altar na Missa e dá oceanos de graças àqueles que assistem ao Santo Sacrifício.
Ainda alguns são tão preguiçosos de ir a Seu Calvário! Que desperdício de graças!

3) Nossos corações estão cheios de amor a nós mesmos, duros.

Temos casas felizes, ótima comida, muitas roupas, e abundância de todas as coisas.

Muitos de nossos próximos vivem na fome e a miséria, e lhe damos tão pouco, enquanto que vivemos no desperdício e gastamos com nós mesmos sem necessidade.

4) A vida nos foi dada para servir a Deus, para salvar nossas almas.

Muitos cristãos, sem dúvida, estão satisfeitos de rezar cinco minutos à manhã e cinco à noite! No resto das 24 horas estão dedicados ao trabalho, descanso e prazer.

A verdade é que hoje em dia poucos pensam em Deus durante o dia.

O grande objetivo de seus pensamentos são eles mesmos. Eles pensam e trabalham e descansam para satisfazer a si mesmos.
Deus ocupa um pequeníssimo espaço em seus dias e suas mentes.

Isto constitui uma tristeza a Seu Amantíssimo Coração, o qual sempre pensa em nós.

E AGORA, OS PECADOS MORTAIS…

Muitos cristãos cometem, desafortunadamente, pecados mortais durante suas vidas, mas ainda que os levam ao Sacramento da confissão, não fazem penitência por eles, como já temos dito.

São Brida o venerável, opina que aqueles que passam grande parte de sua vida cometendo graves pecados e confessando-os em seu leito de morte, podem chegar a ser retidos no Purgatório até o Dia Final.

Santa Gertrudes em suas revelações disse que aqueles que cometem muitos pecados graves e que não tenham feito penitência não gozam de nenhum sufrágio da Igreja por um considerável tempo! Todos esses pecados, mortais ou veniais, se acumulam por 20, 30, 40, 60 anos de nossas vidas.

Todos e cada um deverão ser expiados depois da morte.

Então, é espantoso que algumas almas tenham que estar no Purgatório por tanto tempo?

Porque e para quê rezar pelas almas benditas do Purgatório?

O grande Mandamento de Nosso Senhor Jesus Cristo é que nos amemos uns aos outros, genuína e sinceramente.

O Primeiro grande Mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas.

O Segundo, o melhor dito a continuação do Primeiro, é amar ao próximo como a nós mesmos. Não é um conselho ou um mero desejo do Todo-poderoso. É Seu grande Mandamento, a base e essência de Sua Lei.

É tanta a verdade encerrada nisto que o toma como doação tudo aquilo que fazemos por nosso próximo, e como uma recusa a Ele quando recusamos a nosso próximo.

Alguns católicos parecem pensar que sua Lei tem caído em desuso, pois nestes dias existe o egoísmo, o amor a si mesmo, e cada um pensa em si mesmo e em seu engrandecimento pessoal.

Sempre estamos obrigados a amar e ajudar ao outro, mas quanto maior é a necessidade de nosso próximo, maior e mais estrita é nossa obrigação.

Não é um favor que podemos ou não fazer, é nosso dever; devemos ajudar-nos uns aos outros.

SERIA UM MONSTRUOSO CRIME, POR CASO, RECUSAR A TOMAR E DESPREZAR O ALIMENTO NECESSÁRIO PARA MANTER-SE VIVO.

SERIA ESPANTOSO RECUSAR A AJUDA A ALGUÉM EM UMA GRANDE NECESSIDADE, PASSAR DE LONGE E NÃO ESTENDER A MÃO PARA SALVAR A UM HOMEM QUE ESTÁ PEDINDO.

NÃO APENAS DEVEMOS AJUDAR QUANDO É FÁCIL E CONVENIENTE, MAS SIM QUE DEVEMOS FAZER QUALQUER SACRIFÍCIO PARA SOCORRER A NOSSO IRMÃO EM DIFICULDADES.

AGORA, QUEM PODE ESTAR MAIS NECESSITADO DE CARIDADE QUE AS ALMAS DO PURGATÓRIO? QUE FOME OU SEDE OU SOFRIMENTO NESTA TERRA PODE COMPARAR-SE COM SEUS MAIS TERRÍVEIS SOFRIMENTOS? NEM O POBRE, NEM O ENFERMO, NEM O SOFREDOR QUE VEMOS A NOSSO REDOR NECESSITAM DE TAL URGENTE SOCORRO.

AINDA ENCONTRAMOS GENTE DE BOM CORAÇÃO, QUE SE INTERESSA PELOS QUE SOFREM DESTA VIDA, MAS, ESCASSAMENTE ENCONTRAMOS GENTE QUE TRABALHA PELAS ALMAS! E QUEM PODE NECESSITAR MAIS? ENTRE ELES, ALÉM DO QUE, PODEM ESTAR NOSSAS MÃES, NOSSOS PAIS, AMIGOS E ENTES QUERIDOS.

DEUS DESEJA QUE AS AJUDEMOS. ELAS SÃO OS AMIGOS MAIS QUERIDOS, DESEJA AJUDÁ-LOS; DESEJA MUITO TÊ-LOS PRÓXIMOS D´ELE NO CÉU. ELAS NUNCA MAIS O OFENDERÃO, E ESTÃO DESTINADAS A ESTAR COM ELE POR TODA A ETERNIDADE.

VERDADE, A JUSTIÇA DE DEUS DEMANDA EXPIAÇÃO PELOS PECADOS, MAS POR UMA ASSOMBROSA DISPOSIÇÃO DE SUA PROVIDÊNCIA PÕE EM NOSSAS MÃOS A POSSIBILIDADE DE ASSISTI-LOS, OU NOS DÁ O PODER DE ALIVIÁ-LAS E AINDA DE LIBERÁ-LAS.

NADA AGRADA MAIS A DEUS QUE LHES AJUDEMOS. ESTARÁ TÃO AGRADECIDO COMO SE LHE AJUDÁSSEMOS A ELE.

AS ALMAS BENDITAS DO PURGATÓRIO PODEM ENCURTAR NOSSO PRÓPRIO PURGATÓRIO

NOSSA SENHORA QUER QUE OS AJUDEMOS: NUNCA, NUNCA UMA MÃE DESTA TERRA AMOU TÃO TERNAMENTE A SEUS FILHOS FALECIDOS, NUNCA NINGUÉM CONSOLA COMO MARIA; BUSCA CONSOLAR SEUS SOFREDORES FILHOS NO PURGATÓRIO, E TÊ-LOS COM ELA NO CÉU. NÓS LHE DAREMOS GRANDE REGOZIJO CADA VEZ QUE TIRÁSSEMOS DO PURGATÓRIO UMA ALMA.

AS BENDITAS ALMAS DO PURGATÓRIO NOS DEVOLVEM O MIL POR UM!

Mas que poderemos dizer dos sentimentos das Santas Almas? Seria praticamente impossível de descrever sua ilimitada gratidão para aqueles que as ajudam! Cheias de um imenso desejo de pagar os favores feitos por elas, rogam por seus benfeitores com um fervor tão grande, tão intenso, tão constante, que Deus não lhes pode negar nada.

SANTA CATARINA DE BOLOGNA DISSE: “TENHO RECEBIDO MUITOS E GRANDES FAVORES DOS SANTOS, MAS MUITO MAIORES DAS SANTAS ALMAS (DO PURGATÓRIO)”.

Quando finalmente são liberadas de suas penas e desfrutam da beatitude do Céu, longe de esquecer a seus amigos da Terra, sua gratidão não conhece limites. Prostradas frente ao Trono de Deus, não cessam de orar por aqueles que os ajudaram. Por suas orações elas protegem a seus amigos dos perigos e os protegem dos demônios que os atacam.

Não cessam de orar até ver a seus benfeitores seguros no Céu, e serão por sempre seus mais queridos, sinceros e melhores amigos.

Se os católicos soubessem quão poderosos protetores se asseguram com apenas ajudar as almas benditas, não seriam tão omissos de orar por eles.

As almas benditas do Purgatório podem encurtar nosso próprio Purgatório:

Outra grande graça que obteremos por orar por elas é um curto e fácil Purgatório, ou sua completa remissão!

São João Macias, sacerdote dominicano, tinha uma maravilhosa devoção as Almas do Purgatório. Obteve por suas orações (principalmente pela recitação do Santo Rosário) a liberação de um milhão e quatrocentas mil almas! Em retribuição, obteve para si mesmo as mais abundantes e extraordinárias graças e essas almas vieram consolá-lo em seu leito de morte, e acompanhá-lo até o Céu.

Este feito é tão certo que foi inserido pela Igreja na bula que decretava sua beatificação.

O Cardeal Barônio recorda um evento similar. Foi chamado a assistir a um moribundo.

De repente, um exército de espíritos benditos apareceu no leito de morte, consolaram ao moribundo, e dissiparam aos demônios que gemiam, em um desesperado intento por lograr sua ruína. Quando o cardeal lhes perguntou quem seriam, lhe responderam que eram oito mil almas que este homem havia liberado do Purgatório graças a suas orações e boas obras.

Foram enviadas por Deus, segundo explicaram, para levá-lo ao Céu sem passar um só momento no Purgatório.

Santa Gertrudes foi ferozmente tentada pelo demônio, quando estava por morrer. O espírito demoníaco nos reserva uma perigosa e sutil tentação para nossos últimos minutos.

Como não pode encontrar um assalto o suficientemente inteligente para esta Santa, pensou em molestar sua beatifica paz sugerindo-lhe que ia a passar muitíssimo tempo no Purgatório, posto que desperdiçou suas próprias indulgências e sufrágios em favor de outras almas.

Mas Nosso Senhor, não contente com enviar Seus Anjos e a milhares de almas que ela havia liberado, foi em Pessoa para afastar a Satanás e confortar a sua querida Santa.

Ele disse a Santa Gertrudes que em troca do que ela havia feito pelas almas benditas, lhe levaria direto ao Céu e multiplicaria cem vezes todos seus méritos.

O BEATO ENRIQUE SUSO, DA ORDEM DOMINICANA, FEZ UM PACTO COM OUTRO IRMÃO DA ORDEM PELO QUAL, QUANDO O PRIMEIRO DELES MORRESSE, O SOBREVIVENTE OFERECERIA DUAS MISSAS CADA SEMANA POR SUA ALMA, E OUTRAS ORAÇÕES TAMBÉM.

SUCEDEU QUE SEU COMPANHEIRO MORREU PRIMEIRO, E O BEATO ENRIQUE COMEÇOU IMEDIATAMENTE A OFERECER AS PROMETIDAS MISSAS. CONTINUOU DIZENDO-AS POR UM LARGO TEMPO. AO FINAL, SUFICIENTEMENTE SEGURO QUE SEU SANTAMENTE MORTO AMIGO HAVIA ALCANÇADO O CÉU , CESSOU DE OFERECER AS MISSAS. GRANDE FOI SEU

ARREPENDIMENTO E CONSTERNAÇÃO QUANDO O IRMÃO MORTO APARECEU FRENTE A ELE SOFRENDO INTENSAMENTE E RECLAMANDO QUE NÃO HAVIA CELEBRADO AS MISSAS PROMETIDAS.

O BEATO ENRIQUE REPLICOU COM GRANDE ARREPENDIMENTO QUE NÃO CONTINUOU COM AS MISSAS, CRENDO QUE SEU AMIGO SEGURAMENTE ESTARIA DESFRUTANDO DA VISÃO BEATIFICA, MAS AGREGOU QUE SEMPRE O RECORDAVA EM SUAS ORAÇÕES.

“OH IRMÃO ENRIQUE, POR FAVOR, DAI-ME AS MISSAS, POIS É O PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS O QUE EU MAIS NECESSITO” CHORAVA A SOFREDORA ALMA.

O BEATO RECOMEÇOU A OFERECÊ-LAS, E COM REDOBRADO FERVOR, OFERECEU MISSAS E ROGOS POR SEU AMIGO ATÉ QUE RECEBEU ABSOLUTA CERTEZA DE SUA LIBERAÇÃO.

LOGO FOI SUA VEZ DE RECEBER GRAÇAS E BENÇÕES DE TODA CLASSE, POR PARTE DE SEU QUERIDO IRMÃO LIBERADO, E MUITO MAIS DO QUE QUANTAS HAVIA ESPERADO.

SÃO ALFONSO MARIA DE LIGÓRIO DIZIA QUE, AINDA QUE AS SANTAS ALMAS NÃO PODEM JÁ LOGRAR MÉRITOS PARA SI MESMAS, PODEM OBTER PARA NÓS GRANDES GRAÇAS.

A segunda medida para ajudar as almas Benditas, é pedindo Missas oferecidas por elas. Ouvir Missa uma vez na semana (basta a Missa do domingo) pelas Santas Almas. Esta é certamente a mais eficaz das medidas para liberá-las. Aqueles que não possam oferecer Missas, esses deveriam assistir a quantas Missas for possível por sua intercessão.

A recitação do Santo Rosário (com suas grandes indulgências) e fazer a Via Crucis (a qual é ricamente doadora de indulgências), são excelentes vias de ajuda as almas.

São João Macias, como vimos, liberou do Purgatório mais de um milhão de almas, principalmente recitando o Santo Rosário e oferecendo suas indulgências por elas.

Outra fácil e eficaz forma de ajuda é a recitação constante de orações breves que contenham indulgências (aplicando ditas indulgências em favor das almas do Purgatório) muita gente tem a costume de dizer 500, ou 1000 vezes cada dia a pequena jaculatória “Sagrado Coração de Jesus, em Vós confio”, ou apenas a palavra “Jesus”.

Estas são as mais consoladoras devoções; elas trazem oceanos de graças a quem as praticam e dão imenso alivio as Santas Almas.

Aqueles que digam as jaculatórias 500, ou 1.000 vezes, ganham 300.000 dias de indulgências (oitocentos e vinte um anos de indulgências)! Quão grande é a multidão de almas podemos liberar!!! Quanto não será a quantidade de almas liberadas ao cabo de um mês, de um ano, de cinquenta anos?

Todavia outra poderosa oração é: “Pai Eterno, ofereço-Vos o Preciosíssimo Sangue de Jesus, com todas as Missas ditas no mundo neste dia, pelas Almas do Purgatório”.

Nosso Senhor mostrou a Santa Gertrudes um vasto número de almas deixando o Purgatório (cerca de 1.000 cada vez que se recitava!) e indo ao Céu como resultado desta oração, a qual a Santa costumava dizer frequentemente durante o dia.

O ato heróico

Consiste em oferecer a Deus em favor das Almas do Purgatório todos os trabalhos de satisfação que praticamos em nossa vida e todos os sufrágios que serão oferecidos para nós depois de nossa morte.

Se Deus premia tão abundantemente a mais insignificante esmola dada por um pobre homem em Seu nome, que imensa recompensa Ele não dará a aqueles que oferecem seus trabalhos de satisfação em vida e morte pelas Almas que Ele ama tanto.

Este ato não evita que os sacerdotes ofereçam Missas pelas intenções desejadas, ou que os laicos não rezem por algumas pessoas ou outras intenções.

As esmolas ajudam as Santas Almas

São Martim deu a metade de seu manto a um pobre mendigo, apenas para dar-se conta depois que se o havia dado a Cristo. Nosso Senhor apareceu ao Santo e lhe agradeceu.

O Beato Jordan, da Ordem Dominica, nunca podia recusar dar esmolas quando se o pediam no nome de Deus. Um dia havia esquecido seu moedeiro. Um pobre homem implorava uma esmola pelo amor de Deus. Em vez de descartá-lo, Jordan, então um estudante, lhe deu seu mais apreciado cinto, o qual apreciava muito. Pouco tempo depois, entrou em uma Igreja e encontrou seu cinto circundando a cintura de uma imagem de Cristo Crucificado.

Ele, também, havia dado suas esmolas a Cristo.

Todos nós damos esmolas a Cristo.

Conclusão

Dar todas as esmolas que possamos.

Pedir todas as Missas que estejam em nosso poder.

Escutar todas as Missas, quantas mais, melhor.

Oferecer todas nossas penas e sofrimentos pela liberação das Almas do Purgatório.

São Alfonso Maria de Ligório dizia que, ainda que as santas Almas não podem já lograr méritos para si mesmas, podem obter para nós grandes graças.

Não são formalmente falando, intercessores, como o são os Santos, mas através da doce Providência de Deus, podem obter para nós assombrosos favores e livrar-nos dos demônios, enfermidades e perigos de toda classe.

Está mais além de toda dúvida, como já temos dito, que nos devolvem milhões de vezes cada coisa que façamos por elas

AS ALMAS NOS DEVOLVEM MILHÕES DE VEZES CADA COISA QUE FAÇAMOS POR ELAS.

Os seguintes feitos, um dos poucos de todos os que poderíamos mencionar, são suficientes para mostrar quão poderosas e generosas amigas são estas Almas.

Uma pobre menina empregada na França chamada Jeanne Marie escutou uma vez um sermão sobre as Santas Almas, o qual deixou uma impressão indelével em sua mente. Foi profundamente movida pelo pensamento do intenso e incessante sofrimento que suportavam as pobres Almas, e se horrorizava ao ver quão cruelmente eram esquecidas e deixadas de lado por seus amigos da Terra. OUTRA COISA QUE A IMPRESSIONOU PROFUNDAMENTE É OUVIR QUE HÁ MUITAS ALMAS QUE ESTÃO TÃO PERTO DA SUA LIBERTAÇÃO, QUE UMA SÓ MISSA SERIA SUFICIENTE PARA ELAS; MAS QUE SÃO RETIDAS LARGO TEMPO, ATÉ ANOS, APENAS PORQUE ESTE ÚLTIMO E NECESSÁRIO SUFRÁGIO FOI ESQUECIDO OU NEGADO! Com uma fé simples, Jeanne Marie resolveu que, custasse o que custasse, ela teria uma Missa pelas Pobres Almas cada mês, especialmente pelas mais próximas ao Céu.

Ela ganhava pouco, e às vezes com dificuldade, mas nunca falhou em sua promessa. Em uma ocasião foi a Paris com sua patroa, e a menina caiu enferma. Pelo qual se viu obrigada a ir ao Hospital.

Desafortunadamente, a enfermidade precisou de longo tratamento, e sua patroa teve que regressar para casa, desejando que sua empregada logo se reunisse com ela.

Quando ao final a pobre empregada pode deixar o hospital, e ali havia deixado todos os seus recursos, de maneira que apenas lhe restava na mão um franco…

Que fazer? Aonde ir? De repente, um pensamento cruzou sua mente e se lembrou de que não havia oferecido esse mês uma Missa em favor das Pobres Almas. Mas tinha apenas um franco! Apenas lhe bastaria para comer.

Como tinha confiança que as Almas do Purgatório lhe ajudariam, foi até uma Igreja e pediu para falar com um sacerdote, para que oferecesse uma Missa, em favor das Almas do Purgatório.

Ele aceitou, ainda que jamais imaginasse que a modesta soma que a menina ofereceu era o único dinheiro que a pobre menina possuía. Ao terminar o Santo Sacrifício, nossa heroína deixou a Igreja. Certa tristeza nublou seu rosto, e se sentiu totalmente perplexa.

Um jovem cavaleiro, tocado por sua evidente decepção, lhe perguntou se tinha algum problema e se podia ajudá-la. Ela lhe contou sua história brevemente, e finalizou dizendo quanto desejava trabalhar.

De alguma maneira se sentiu consolada pela forma com que o jovem a escutava, e recobrou a confiança.

“Será um prazer ajudar-te”, disse.

“Conheço uma dama que neste momento está buscando uma servente. Vem comigo”.

E dito isto lhe guiou até uma casa não muito longe e lhe pediu que ela tocasse o sino, assegurando-lhe que encontraria trabalho.

Em resposta ao toque de sino, a dama da casa abriu, ela mesma, a porta e perguntou a Jeanne Marie que queria.

“Madame (disse ela), me disseram que você está buscando uma empregada. Não tenho trabalho e me agradaria ter o posto”.

A dama estava perplexa e replicou: “Quem poderia haver dito que necessitava de uma empregada? Faz apenas um par de minutos que acabo de despedir a que tinha; acaso se encontrou com ela?”. “Não, Madame, a pessoa que me informou que você necessitava de uma empregada foi um jovem cavaleiro”.

“Impossível!, exclamou a Senhora, “nenhum jovem, de fato, ninguém, poderia saber que necessitava de uma empregada”.

“Mas, madame, disse a menina, apontando um quadro na parede, esse é o homem que me disse”.

“Não, minha menina, esse é meu único filho, que é morto há mais de um ano! “Morto, não”, assegurou a menina,” foi o que me trouxe até aqui, e ainda me guiou até a porta. Vi a cicatriz na fronte. Eu o reconheceria onde quer que estivesse”.

Logo, lhe contou toda a história, com seu último franco, e de como ela obtinha Missas pelas Santas Almas, especialmente pelas mais próximas ao Céu.

Convencida ao final da veracidade da história de Jeanne Marie, a dama a recebeu com os braços abertos.

“Vem, mas não como minha empregada, mas como minha querida filha. Tu tens enviado a meu queridíssimo filho ao Céu. Não tenho dúvida de que ele foi o que te trouxe a mim”.

Como um menino pobre chegou a bispo, a cardeal e a santo.

São Pedro Damião perdeu a seu pai e mãe ao nascer.

Um de seus irmãos o adotou, mas o tratava com aspereza, forçando-o a trabalhar muito duro e alimentando-o muito mal e com escassa roupa.

Um dia encontrou uma moeda de prata, que representava para ele uma pequena fortuna. Um amigo lhe aconselhou que a usasse para si mesmo, pois o dono não poderia ser achado. Para Pedro era difícil estabelecer em que gastaria, já que tinha todo tipo de necessidades. Mas trocando de pensamento em sua jovem mente, decidiu que o melhor que podia fazer era pedir uma Missa pelas Almas do Purgatório, em especial pelas almas de seus queridos pais.

À custa de um grande sacrifício, ele transformou o seu pensamento em feitos e as Missas foram oferecidas.

As almas do Purgatório devolveram seu sacrifício mais generosamente. Desde esse dia em adiante notou uma grande mudança em seu destino. Seu irmão maior o chamou à casa onde ele vivia, e horrorizado pelo maltrato que padecia, o levou a viver consigo.

Ele o tratou como ao seu próprio filho, e o educou e cuidou com o mais puro afeto.

Bênção sobre bênção, os mais maravilhosos talentos de Pedro saíram à luz, e foi rapidamente promovido ao sacerdócio; algum tempo depois foi elevado à dignidade de bispo, e finalmente, Cardeal.

Além do que, muitos milagres atestam sua santidade, tanto que após sua morte foi canonizado e declarado Doutor da Igreja.

Estas maravilhosas graças vieram a ele depois de uma Missa oferecida pelas Santas Almas.

Que nossos corações se unam para socorrer nossos irmãos da Igreja padecente! Paz e Bem!

Fonte: Exortações e Avisos

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