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“Rejeitar imigrantes é assassinato”, critica Papa Francisco

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O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira (7) que rejeitar a entrada de imigrantes é um tipo de "assassinato". A declaração foi dada durante um encontro no Vaticano com representantes do Movimento Eucarístico Juvenil (MEJ), entre eles uma delegação brasileira.

O argentino Jorge Mario Bergoglio comentou sobre os imigrantes rohingya – grupo étnico que pratica o islamismo – recentemente rejeitados por Mianmar, Malásia, Tailândia e Indonésia.  "Pensamos nos nossos irmãos rohingya que foram caçados de um país para outro. Este é um conflito não resolvido, uma guerra. Isso se chama violência, se chama assassinato", criticou.

Desde que assumiu a liderança da Igreja Católica, em março de 2013, Francisco tem feito apelos em defesa dos imigrantes, além de visitar a ilha italiana de Lampedusa, uma das principais portas de entrada de estrangeiros ilegais na Europa.

A nova declaração do Papa, porém, chega em um momento em que o continente europeu negocia a adoção de medidas baseadas no conceito de "responsabilidade compartilhada" para lidar com o problema da imigração.

Na audiência com o MEJ, o Papa admitiu que é impossível o mundo viver em paz permanente, mas ressaltou que é preciso "respeitar as minorias". "Um dos exemplos é o Oriente Médio, onde tanta gente não é respeitada. As minorias religiosas, os cristãos, não somente não são respeitados como também muitas vezes são assassinados, perseguidos", disse o Pontífice.

Segundo Bergolio, momentos de tensão e de divergência fazem parte da vida e devem ser "resolvidos com diálogo, sem perda de identidade". "Somente no paraíso não haverá conflitos", afirmou Francisco. "O que seria uma família, uma sociedade sem conflitos? Seria um cemitério, porque somente nas coisas mortas não há tensão", pontuou o religioso, encorajando os jovens do MEJ a não temerem as divergências. "Não tenham medo da tensão, mas também fiquem espertos, porque 'amar a tensão pela tensão' faz mal e destrói", alertou.

A audiência entre o Papa e os representantes do Movimento Eucarístico Juvenil celebrou o centenário de fundação do MEJ. Mais de 1,5 mil jovens de 35 nações foram para Roma para o evento.

Por cerca de 40 minutos, o Papa respondeu a perguntas de uma jovem italiana negra, de um indonésio, de um taiwanês, de uma francesa e de um argentino. Apesar das críticas à crise imigratória, a brasileira Lilian Pereira de Oliveira, de 27 anos, que participou da audiência, disse à ANSA que Bergoglio foi atencioso com os jovens e até assinou o caderno do indonésio. "Ele cumprimentou os que estavam mais perto do palco", afirmou Lilian, contando que o Pontífice, apreciador do futebol, também quis saber se os brasileiros preferiam Pelé a Maradona.

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