Retiro do Papa Francisco nesta Quaresma: “A misericórdia de Cristo salva o homem do pecado”
Uma reflexão sobre o poder da misericórdia de Cristo, que salva de todo pecado o ser humano que busca a Deus, e uma consideração sobre a diferença entre a linguagem que comunica a sabedoria de Deus e a que se detém na "sabedoria do mundo". Durante os exercícios espirituais para o Papa Francisco e a Cúria Romana, na casa Divino Mestre em Ariccia, Pe. Angelo De Donatis centrou suas meditações, na tarde de ontem e hoje de manhã, nas duas questões acima citadas, conforme informações da Rádio Vaticana.
Verificou-se também que todos os participantes do retiro, primeiro fora do Vaticano, pagaram do próprio bolso a hospedagem.
Jesus não era um grande comunicador porque usava palavras “que queriam persuadir a qualquer custo", mas porque transmitia a sabedoria de Deus, única maneira de chegar ao fundo dos corações. No encontro desta manhã, Pe. Donatis propôs ao Papa e seus colegas uma reflexão sobre a linguagem e suas armadilhas. O homem de hoje, constatou, ainda está procurando a linguagem justa, a de Cristo, que não é a linguagem da força e do poder, mas da fraqueza, que todos compreendem, sobretudo, aqueles que sofrem. A linguagem da caridade com a qual Jesus comunica ao homem a grandeza de Deus e que permite ao ser humano dar testemunho de Cristo.
O amor entendido como misericórdia foi a chave de leitura da meditação proposta por Parde Donatis ontem à tarde, inspirada na passagem do Evangelho de Marcos em que a hemorroíssa é curada, simplesmente por ter tocado o manto de Jesus, colocando todas as suas esperanças no gesto. Considerada impura por sua religião -disse o pregador- a mulher derrota o mal, porque acredita plenamente em Jesus. Ainda hoje isso acontece- afirmou Donatis- quando a religião não ajuda a salvar o homem que está morrendo por um pecado. Quem salva –recordou- é Cristo, sua misericórdia, e ter fé significa ter um contato vivo com Ele.
Constroem-se andaimes enormes para se chegar a Cristo, mas não se consegue alcança-Lo -continuou Pe. Donatis- talvez porque se seguem as coisas mundanas e se pensa pouco sobre o significado do Batismo, ou seja, no momento em que a Igreja nos acolheu quando estávamos mortos e nos restituiu vivos, graças ao sangue de Jesus.
Nós – concluiu o pregador dos exercícios espirituais- não fazemos nada para nos salvar, Deus faz tudo. Por isso, devemos agradecê-Lo e nos lembrar de caminhar não na frente de Cristo, mas com Ele.