SÃO BOAVENTURA – TEÓLOGO, DOUTOR DA IGREJA E REFORMADOR DOS FRANCISCANOS – 15 DE JULHO
Seu nome de batismo era João de Fidanza. Ele nasceu em 1218, em Bagnoregio, região de Viterbo, Itália. Seu pai era um médico famoso e bem conceituado na região. Contudo, quando o pequeno João de Fidanza teve uma enfermidade grave, o pai não conseguiu curá-lo. A cura aconteceu quando o pai, a mãe e familiares a pediram pela intercessão de São Francisco. Esta cura foi como um sinal profético, pois, o pequeno João, no futuro, viria a ser um grande reformador dos franciscanos.
Aos vinte anos, João de Fidanza entrou no convento dos franciscanos. Apenas dois anos depois ele vestia o hábito, adotando o nome de Boaventura. Como seus dotes de inteligência e cultura logo afloraram dentro da ordem, ele foi designado para estudar filosofia e teologia na famosa Universidade de Paris. Mais arde, em 1253, na mesma universidade, foi nomeado professor catedrático nas duas matérias. Sua sabedoria na condução de assuntos difíceis também se destacou.
São Boaventura tornou-se amigo e companheiro de Santo Tomás de Aquino, outro grande nome da intelectualidade católica e também Doutor da Igreja. Esta amizade foi frutuosa para os dois santos e para a Igreja pois, dela, nasceram grandes obras literárias e espirituais que definiram rumos na Igreja pelos séculos vindouros.
São Boaventura viu que a Ordem dos Franciscanos era como que uma miniatura da Igreja, porque as duas se originaram a partir de homens humildes e simples. Somente mais tarde é que os nobres e intelectuais se juntaram a elas. Por isso, São Boaventura defendeu fortemente os franciscanos e as chamadas “Ordens Mendicantes” (muito combatidas pelas ordens seculares). As mendicantes, dizia, representavam as origens da Igreja e isso tinha que ser preservado, mesmo que estas ordens já estivessem presentes nas grandes cidades e universidades da Europa. A origem tinha que ser preservada.
São Boaventura ficou famoso como orador e teólogo quando começou a defender as Ordens Mendicantes. Mais tarde, em 1257, o Papa Alexandre IV nomeou-o Superior Geral dos Franciscanos, função que ele exerceu durante dezoito anos. O exercício desta função foi tão inspirado que São Boaventura passou a ser chamado de “Segundo Pai” e “Segundo Fundador” da Ordem Franciscana. Com efeito, ele conseguiu unir de maneira maravilhosa as correntes antigas e novas dentro da Ordem, dando a ela um novo impulso.
Baseado em Santo Agostinho e Platão, São Boaventura escreveu suas obras teológicas em onze volumes, procurando sempre dar fundamentação racional às grandes verdades de fé. Além de superior geral dos franciscanos e de escritor renomado, São Boaventura recebeu a nomeação de bispo e cardeal por meio do Papa Gregório X. Nesse cargo, ele assumiu a responsabilidade de organizar e liderar o Concílio de Lyon.
São Boaventura teve papel decisivo no Concílio de Lyon, no ano 1274. Ele conseguiu reconciliar as ordens mendicantes e o clero secular, que a essa altura, ainda viviam em contendas. Este foi um dos grandes legados de São Boaventura para a Igreja. Depois disso, talvez sentindo que sua missão neste mundo estava cumprida, ele veio a falecer, estando ainda na cidade de Lyon. Na ocasião, foi atendido diretamente pelo Papa, que o estimava bastante. Era o dia 15 de julho de 1274. São Boaventura foi canonizado no ano 1482, quando recebeu o título de Doutor da Igreja por causa de suas obras.
Oração a São Boaventura:
“Ó bondoso São Boaventura, por uma especial graça de Deus, fostes escolhidos para ser zeloso doutor e pastor da Igreja de Jesus Cristo. Vós sois agradáveis diante de Deus, pela missão de pastor, honrastes e defendestes a Igreja de Jesus, pelo encargo confiado de preparar o segundo concílio de Lyon. Pelo crédito que gozam vossas orações junto de Jesus e Maria, encontrastes no vosso trabalho a expressão generoso da caridade, em favor do bem comum. Soubestes ensinar e vivenciar a caridade, como fundamento da doutrina de Jesus Cristo. Por isso, Deus vos abençoou. Por isso, lembrados de vossas virtudes, vos pedimos que nos alcanceis de Jesus, o Filho de Deus, viveremos unidos a Ele, pela vida em família, no testemunho de vosso trabalho e pela esperança cristã que os vossos sofrimentos cristãmente assumidos, sejam para nós a garantia da ressurreição. Deus honra, glória e louvor. Amém!”