São Gorgônio – Mártir – 09 de setembro
Gorgônio de Roma (em francês Gorgon ou Gourgon) nasceu e morreu no IV século, em Roma. Fora um militar romano, mártir durante as perseguições de Deocleciano. Oficial da corte de Deocleciano, com acesso aos quartos privados do Imperador, converteu-se ao Cristianismo e se recusou, junto ao companheiros de armas Doroteu de Nicomédia, a renegar a verdadeira Fé. Os dois foram torturados e mortos por estrangulamento, nos primeiros anos do século IV (c. 303 d.C.). São Pedro de Roma, o cubicolario, mordomo do Imperador, sofreu o martírio por defendê-los.
Os seus corpos foram sepultados na necrópoles chamada “inter duas lauros” (entre dois louros), na Via Labicana em Roma, lugar atestado já no ano de 354 d.C. Na Idade Média, confundiu-se sua história com a de outro mártir na Nicomédia também chamado Gorgônio. O Martirologio Jeronimiano menciona, aos 9 de setembro, o culto de São Gorgônio de Roma no cemitério de Pedro e Marcelino, na Via Labicana: Romae via Lavicana inter duas lauros in cimiterio ejusdem natale sancti Gorgoni. No século IV ainda, o Papa Dâmaso escreveu versos em honra do mártir Gorgônio.
Escritos hagiográficos foram redigido em Gorze no final do século X: um “Panegirico” e “i Miracoli“. Sua memória litúrgica é no dia 9 setembro. É o santo patrono de Civitella d’Agliano.
Mas foi este mártir de Roma, e não o homônimo mártir da Nicomédia, a ganhar na Idade Média um culto bastante difundido em diversos lugares da Europa, onde se crê estejam guardadas suas relíquias: em Gorze, Cluny, Pouillon (na diocese de Reims), Rethel, Saint-Gorgon (diocese de Soissons) e Minden. Um primeiro traslado do seu corpo ocorreu através do Bispo Crodegango de Metz, que as teria recebido do Papa Paulo I: voltando a Lorena por volta de 765, Crodegango as levou consigo para a Abadia de Gorze. No século XI, as relíquias foram transladadas de Gorze à Abadia de Saint-Arnould, também perto de Metz. Muitas cidades francesas levam o nome de Saint-Gorgon. Há na França também algumas igrejas que lhe foram dedicadas, como a de Metz e de Plovan.