SAPATO VERMELHO DE BENTO XVI FOI ALVO DE POLÊMICA. SAIBA QUEM FABRICA O CALÇADO
Durante o pontificado de Bento XVI, os famosos sapatos vermelhos, chamados de múleo, foi alvo de polêmicas, principalmente após a publicação de uma lista, em 2007, elaborada pela revista norte-americana “Esquire”, que apontou o Papa Bento XVI como um dos 23 homens mais bem vestidos do mundo.
Ele apareceu em um grupo à parte no qual é identificado como o "melhor portador de acessórios", já que, na época, os sapatos vermelhos de couro tinham sido supostamente identificados como peças produzidas pela grife italiana Prada. Um ano depois, o jornal oficial do Vaticano negou a história, chamando-a de "frívola".
Um artigo publicado no “L'Osservatore Romano" explicava que os sapatos do papa, assim como sua coleção de chapéus chamados de “extravagantes”, não têm nada a ver com vaidade, mas sim com tradição. "Resumindo, o papa não veste Prada, mas Cristo", dizia o texto, sem especificar onde os sapatos eram produzidos.
De acordo com a agência "Reuters", os sapatos utilizados por Bento XVI são feitos à mão pelo sapateiro peruano Antonio Arellano, que tem uma loja instalada em uma rua estreita próximo à Praça de São Pedro, na fronteira entre o Vaticano e a Itália (um limite entre os dois países quase que imperceptível para os turistas).
O imigrante peruano de 43 anos, que vive na Itália há 20 anos, “conquistou o direito” de fabricar o sapato papal ao prestar serviços para o então cardeal Joseph Ratzinger, que recorreu à loja de Arellano, anos antes de ser escolhido pelo conclave de 2005 que o escolheu Papa, para consertar outro par de calçados.
Satisfeito com o trabalho, Ratzinger, já eleito Papa Bento XVI, ordenou então que seus calçados seriam produzidos por Arellano, que tem na memória as medidas do papa – o tamanho do calçado é 42 – e foi capaz de fazer os exemplares distintos, da cor vermelha.
Os sapatos de couro vermelho foram parte do vestuário dos Pontífices durante pelo menos dois séculos, mas o fato de Bento XVI usar sotainas (uma espécie de bata) um pouco mais curtas que alguns de seus antecessores torna mais visível seu calçado.
Ele disse à Reuters que se sente feliz quando vê o papa utilizando um sapato feito por ele.