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Servas de São José verão sua fundadora canonizada

Paramentos Litúrgicos

MADRI, terça-feira, 7 de junho de 2011. A Congregação das Servas de São José está se preparando para a canonização da sua fundadora, Bonifacia Rodríguez Castro, especialmente aproximando-se da sua figura e aprofundando nela.

 

Quem conversou com ZENIT foi a postuladora da sua causa de canonização, Victoria López SSJ, nesta segunda-feira, festa litúrgica da fundadora da congregação, e destacou que a futura santa foi pouco conhecida, inclusive dentro da congregação.

 

A discrição, humildade e silêncio de Bonifacia Rodríguez Castro, unidos às tentativas de algumas pessoas de mudar o objetivo para o qual a congregação foi fundada, tornou difícil que emergisse a profundidade desta fundadora.

 

No entanto, segundo Victoria López, a congregação está levando a cabo diversas iniciativas para aproximar-se do espírito genuíno da sua fundadora e modificou seu rumo para manter-se fiel a ela.

 

Neste sentido, por exemplo, as Servas de São José deixaram de centrar-se na educação por meio de colégios e voltaram a buscar a proteção das mulheres trabalhadoras, através de oficinas e lares.

 

Atualmente, cerca de 600 religiosas formam a congregação, estendida pela América Latina, Ásia e alguns países da África (República Democrática do Congo, onde teve lugar a cura milagrosa que deu luz verde à canonização) e da Europa (Espanha e Itália, onde está a casa mãe da congregação).

 

As religiosas estão vivendo com grande alegria este tempo prévio à canonização, que se celebrará em Roma no próximo dia 23 de outubro.

 

Jovem operária

 

A futura santa nasceu na cidade espanhola de Salamanca, em 1837. Desde jovem, viu-se na necessidade de trabalhar.

 

Depois de 10 anos vivendo no limiar da pobreza como uma operária a mais, ela pôde estabelecer, uma oficina por conta própria, com várias tarefas. 

 

O testemunho de vida de Bonifacia não passou despercebido a várias amigas suas que não podiam seguir sua vocação religiosa e queriam afastar-se de diversões perigosas.

 

Assim começaram umas reuniões aos domingos e dias festivos em sua casa-oficina, que foi se tornando um centro de prevenção da mulher trabalhadora e uma escola de espiritualidade.

 

Juntas, decidiram constituir a Associação da Imaculada e São José, chamada mais tarde de Associação Josefina.

 

Fundadora

 

Junto ao jovem jesuíta catalão Francisco Butinyà, fundou, em sua casa-oficina, uma nova congregação orientada à proteção da mulher trabalhadora, a Congregação das Servas de São José.

 

O objetivo apostólico do Instituto era proporcionar trabalho às mulheres que tinham de sair para trabalhar fora de casa, com o fim de livrá-las dos perigos que sua dignidade corria.

 

As casas da Congregação se chamavam “Oficinas de Nazaré”; suas religiosas se vestiam sem hábito, como as demais trabalhadoras do país, e não entregavam dote, pois a maioria procedia de famílias humildes. Religiosas e leigas tinham uma caixa comum.

 

Projeto não compreendido

 

Esta forma de vida religiosa suscitou oposição entre o clero da cidade. O Pe. Butinyà foi desterrado da Espanha e os diretores que o substituíram semearam imprudentemente a desunião entre as irmãs.

 

Algumas irmãs começaram a opor-se à oficina como forma de vida e ao acolhimento da mulher trabalhadora nela, mas Bonifacia não consentiu com mudanças nas Constituições.

 

O diretor da congregação promoveu sua destituição como superiora e algumas irmãs a forçaram a deixar a comunidade.

 

 Ela respondia com silêncio e perdão, e propôs ao bispo a fundação de uma nova comunidade. Fundou outra casa, em Zamora, fiel à finalidade da congregação.

 

A casa mãe de Salamanca modificou as Constituições do Pe. Butinyà e orientou a congregação ao ensino. Desentendeu-se da casa de Zamora e de Bonifacia, quem faleceu em 1905.

 

João Paulo II a beatificou em 9 de novembro de 2003 e Bento XVI pretende canonizá-la no próximo DOMUND, junto aos beatos italianos Guido Maria Conforti e Luigi Guanella.

 

Para Victoria López, a Beata Bonifacia Rodríguez de Castro é “um presente de Deus para a Igreja neste momento de tanta falta de fé, para que a pessoa vá reconhecendo no trabalho um espaço para encontrar-se com Deus e estabelecer relações fraternas”.

 

O núcleo da espiritualidade das Servas de São José é precisamente conjugar a oração com o trabalho.( Zenit)

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