Sínodo: Cardeal Ouedraogo afirma que “não há blocos conservadores ou progressistas, e sim objetivos
Na coletiva diária sobre o sínodo o cardeal Philippe Ouedraogo, arcebispo de Ouagadougou, assegurou que “não vejo esses tais blocos de que se fala nem na assembleia, nem nos grupos”; não há “categorias progressistas nem conservadoras”; só vejo “a vontade de ir em frente nos temas complexos”.
Junto com o cardeal africano estavam o colombiano Rubén Salazar Gómez, arcebispo de Bogotá e presidente do CELAM, e o arcebispo britânico de Westminster e presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra, Vincent Gerard Nichols.
O pedido de perdão do papa
O padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa do Vaticano, fez referência ao pedido de perdão do Santo Padre pelos escândalos dos últimos tempos em Roma e no Vaticano. Ele recordou a leitura do Evangelho feita na catequese, que falava do escândalo. "Se o Santo Padre usa uma fórmula de caráter amplo e geral, esta é a sua intenção. Se quer dizer coisas mais particulares e precisas, ele sabe muito bem como dizê-las".
O porta-voz vaticano afirmou que o papa está bem ciente da circulação de informações nos meios de comunicação e sabe que há pessoas perturbadas com as notícias que leem.
A carta privada dos cardeais
O cardeal Nichols assegurou que o vazamento “não teve nenhum peso e nenhuma ênfase nos trabalhos do sínodo” e declarou que é normal haver divergência de opiniões, como acontece normalmente nas famílias: “Mas não nos deixamos levar pela hermenêutica do conflito, como disse o papa Francisco no segundo dia do sínodo”.
Sensibilidades diversas
O cardeal colombiano Salazar Gómez precisou que o sínodo escuta principalmente as vozes das famílias e das pessoas em situações difíceis. “A discussão tem sido fraterna, ágil e de enorme liberdade”. Há posições diversas, sensibilidades diversas, mas, acima de tudo, o desejo de mostrar a beleza da doutrina sobre a família e o matrimônio, ressaltou o purpurado, recordando também que a Igreja é universal e constituída por culturas diferentes. “O documento terá linguagem universal, mas teremos que fazer o esforço de aplicá-lo às necessidades locais”. Uma das preocupações do sínodo é justamente a de "encontrar a linguagem universal adaptada a todos".
Salazar Gómez afirmou que "não se trata de contrapor ideias ou ideologias, mas de contemplar o rosto de Nosso Senhor e a sua misericórdia, cada um a partir da sua situação real". O que torna possível que pessoas de tantas culturas diferentes possam estar de acordo é a presença do Senhor ressuscitado: "O cristianismo não é uma ideologia, é o encontro com uma Pessoa. E é esse encontro o que faz com que estejamos unidos".