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Sínodo Ordinário das Famílias debaterá uniões homossexuais, diz cardeal Lorenzo Baldisseri

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Na preparação para o Sínodo Ordinário das Famílias, que ocorre entre os dias 4 e 25 de outubro deste ano, "grupos de estudo" estão se dividindo nos temas que mais causaram polêmica durante a assembleia extraordinária do ano passado: a comunhão dos divorciados e as uniões homossexuais.

 

Quem fez a revelação  foi o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cardeal Lorenzo Baldisseri. Segundo ele, essa fase entre os dois eventos servirá para mediar pontos e encontrar um consenso entre os temas que, por não terem conseguidos votos suficientes dos cardeais, não entraram no relatório final do Sínodo.

 

Além disso, até abril, serão encerrados os questionários das Conferências Episcopais sobre as 46 perguntas enviadas com o Relatio Synodi – o relatório final do evento.

 

"Naturalmente, não temos ainda nenhuma resposta sobre o questionário enviado, já que as primeiras indicações não chegaram. Assim que tivermos, elas serão publicadas uma a uma", destacou Baldisseri.

 

O religioso explicou que nas perguntas enviadas pelo Vaticano, "nós pedimos que as Conferências Episcopais nos indiquem qual é a aceitação do documento da Relatio Synodi e depois pedimos o aprofundamento dos vários temas. Não só aqueles que resguardam os três pontos que não tiveram a maioria dos votos, mas também sobre outros temas, como aquele da lei natural e sobre o casamento".

 

Para ele, essa fase de estudo "é a mais importante de todo esse percurso". Ele destacou que a comissão central "fará tudo que for possível" e que o papa Francisco também pediu o aprofundamento do tema sobre "a nulidade do casamento" em algumas situações.

 

Sobre o matrimônio, o documento propõe que o tema seja debatido de maneira ampla, desde a infância, com os católicos. Ele afirma que uma preparação "de alguns meses" não é suficiente para aprofundar a importância do sacramento.

 

Entre os temas debatidos, também está a pobreza na sociedade, o problema da imigração ao continente europeu e discussões que atingem países fora da Europa, como o casamento "em etapas" na África e os "casamentos arranjados" na Índia. "A Igreja é universal e deve ter um atitude ampla e grande", ressaltou o cardeal.

 

E o Sínodo de outubro também debaterá um tema já anunciado pelo Pontífice, quando ele disse que os "católicos não devem ter filhos como coelho". Para ele, há grupos que defendem a não regulação da quantidade de filhos e outros que pregam a paternidade responsável.

 

"Agora, se amplia o argumento deles porque queremos tratar não só esse problema de famílias, mas também todos aqueles que são vida – do início ao fim . E estarão todos os problemas que a atingem como o aborto, a eutanásia e também a bioética", ressaltou.

 

O cardeal ainda explicou que espera que os trabalhos encerrem no dia 15 de abril e que, na segunda metade de maio, o documento com todos os pontos debatidos esteja pronto. Porém, a divulgação do texto será realizada apenas em junho.

 

Em outubro, o Sínodo Extraordinário mostrou uma clara divisão entre os bispos: os que querem se adequar às mudanças e os tradicionalistas. Jorge Bergoglio já pediu que a Igreja acolha os gays e os divorciados e que a instituição não deve excluir ninguém. No documento preparatório para o evento, houve o pedido do Vaticano para que a entidade "não recomece do zero" a "reviravolta pastoral" iniciada por Francisco.

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