SÍNODO SOBRE A FAMÍLIA: Para arcebispo, doutrinas não são “entidades estáticas”
Membro do Sínodo sobre a Família e amigo pessoal do papa Francisco, o arcebispo Víctor Manuel Fernández, reitor da Pontifícia Universidade Católica da Argentina, afirmou que a doutrina sobre um tema crucial como a pastoral da família não é uma "entidade estática", mas sim algo sujeito a "evolução".
"Quando se diz que uma reunião, um Sínodo, é pastoral, não significa que não se pode aprofundar a doutrina. É necessário aprofundar muito mais a reflexão sobre a família. Se estivermos aqui para repetir o que sempre se falou, a Igreja não cresce", declarou Fernández durante os trabalhos da assembleia sinodal.
O arcebispo argumenta que, em séculos passados, o catolicismo aceitava tranquilamente a escravidão, mas depois houve uma evolução da doutrina e isso não foi mais possível.
"Tucho" Fernández, como o chamam na Argentina, é um destacado teólogo de 52 anos, além de escritor e poeta, e é considerado muito próximo ao Pontífice. Aliás, foi o próprio Jorge Bergoglio quem o nomeou arcebispo, em 13 de maio do ano passado.
Sobre as discussões no Sínodo sobre temas como a permissão dos sacramentos a divorciados que se casaram novamente, o religioso explicou que ninguém quer cancelar a indissolubilidade do matrimônio.
"Queremos que os casais sejam fiéis até a morte, esse é o ideal.
A sociedade necessita desta mensagem, isso está claro. Do contrário, destruiríamos o que está dentro de nós. Mas alguns defendem um realismo compreensivo, que deve acompanhar o sofrimento dos outros, mesmo que nos 'sujemos' um pouco, porque Jesus estava perto de todos", completou.