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TEMOS UMA IMPRESSIONANTE CAPACIDADE DISTRATIVA, MAS DEUS SEMPRE NOS MANDA ALGUÉM QUE NOS ACORDA

Paramentos Litúrgicos

 

Quero contar um caso que aconteceu comigo em 1980, mais ou menos. Eu era reitor da Faculdade Máximo, em São Miguel. Sábado à tarde, frio, inverno, me chamaram na portaria porque uma mulher queria falar comigo. Fui vê-la, e ela me disse que tinha sete filhos, morava em uma casinha em uma espécie de assentamento que havia a umas cinco quadras dali, e que as crianças estavam com fome e frio. Aquilo realmente me tocou, e eu disse: "Sim, claro, como não, senhora. Vamos fazer uma coisa: na segunda-feira o escritório da Caritas está aberto, venha que vamos lhe dar alguma coisa". Ela olhou para mim com uns olhos doídos, mas disse: "Padre, minhas crianças estão com fome hoje, não na segunda-feira". Senti uma vergonha me dominar, e lhe disse: "Espere um momento, senhora". Fui para a despensa, peguei tudo que pude, uns cobertores, entreguei-lhe e disse: "Volte na segunda-feira". E é curioso, essa mulher continuou me visitando, e, para mim, essa visita foi um tapa que o Senhor me deu. Temos que ter cuidado para não adormecer. Que o Senhor sempre nos mande esses profetas cotidianos, que nos estapeiem com uma palavra.

 

Depoimento de Jorge Mario Bergoglio – atual Papa Francisco, no livro intitulado "A Solidariedade". 

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