“Terão de passar sobre meu corpo para tirar um crucifixo de um cume alpino”, disse Matteo Salvini após polêmica
A principal associação de alpinismo e montanhismo da Itália irritou o alto escalão do governo de Giorgia Meloni ao propor que não sejam mais construídas cruzes nos picos de montanhas do país. Boa parte dos cumes dos Alpes e dos Apeninos exibe crucifixos em metal, madeira ou pedra, mas o responsável cultural do Clube Alpino Italiano (CAI), Marco Albino Ferrari, defendeu que não sejam mais erguidas novas cruzes. “Estou consternada com a decisão de CAI de tirar as cruzes dos picos das montanhas sem ter falado nada com o ministério. Eu jamais teria aceitado tal decisão, que vai contra nossa cultura”, afirmou a ministra do Turismo da Itália, Daniela Santanché.
Ferrari, no entanto, foi explícito ao dizer que não pregava a remoção dos crucifixos já existentes, apenas que não fossem feitas novas cruzes. Ainda assim, a questão virou cavalo de batalha para a direita italiana. “Terão de passar sobre meu corpo para tirar um crucifixo de um cume alpino”, afirmou o vice-premiê e ministro da Infraestrutura Matteo Salvini. Mais tarde, o próprio CAI tentou esfriar a polêmica ao dizer que nunca adotou uma posição oficial sobre o assunto.