Vaticano nega reforço na segurança do Papa Francisco
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou que tenha havido um reforço na segurança do papa Francisco após alertas de supostos ataques terroristas contra o Pontífice. Segundo ele, não ocorreram ameaças ou preocupações em particular.
"Tudo acontece dentro da normalidade. A segurança italiana sempre se reforça durante o Ângelus ou as audiências gerais, mas não é verdade que isso tenha aumentado nos últimos dias", afirmou. Mais cedo, fontes locais haviam informado à Ansa que a Santa Sé tinha fortalecido os dispositivos de segurança no entorno da Praça São Pedro.
Nesta semana, apesar do Vaticano ter negado que o grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis) representasse uma ameaça ao Pontífice, o embaixador iraquiano na Santa Sé, Habeed al Sadr, afirmou que era necessário dobrar a segurança. "É preciso garantir a segurança do Papa em todos os lugares, porque acho que vão tentar atingi-lo durante suas viagens, ou até em Roma", disse o diplomata, em entrevista à imprensa italiana.
O embaixador ressaltou que a estratégia do EI é a de conseguir atenção da mídia e que, por isso, divulga vídeos de decapitações. "Os nossos analistas de inteligência estudam várias hipóteses. Mas eu não excluo a possibilidade do EI atingir o Papa", afirmou.
No próximo dia 21 de setembro, o Papa fará uma viagem apostólica à Albânia, de população majoritariamente muçulmana, e usará um carro aberto em uma praça onde celebrará uma missa. Em novembro, ele também deve fazer uma visita à Turquia.
Francisco tem se mostrado extremamente preocupado com as perseguições do EI contra cristãos do Iraque.
Além dos apelos de paz, o Papa enviou um emissário especial para levar dinheiro e apoio emocional aos cristãos iraquianos. Desde o meio do ano, o grupo EI, ex-Estado Islâmico do Iraque e do Levante, tem tomado o controle de dezenas de cidades iraquianas e sírias com o objetivo de estabelecer um califado sunita na região.
Os jihadistas do EI se opõem a todos os tipos de religião não sunita e costumam adotar métodos bárbaros contra civis e militares, como mutilações, decapitações e sequestros.
40 curdos suspeitos de terrorismo são interrogados na Itália
Quarenta pessoas de origem curda, nascidas na Turquia e que residem em Milão, Lazio e Toscana foram interrogadas por terrorismo internacional na última semana. Elas são investigadas pela Procuradoria de Milão e pertencem ao 'Partido dos Trabalhadores do Curdistão' (PKK), considerado terrorista por vários países.
Segundo as autoridades, todos os interrogados estão sendo acusados de recolher fundos para financiar ações violentas do PKK na Turquia e responderão por associação internacional com finalidade terrorista.
Fontes afirmam que a investigação, coordenada pelo procurador Elio Ramondini, foi conduzida por policiais que já informaram que os interrogatórios foram concluídos e que todos os acusados "estava prontos para cometer atos de violência".
Foi descoberto que algumas das 40 pessoas trabalham há anos na Itália e geram atividades comerciais no país. O dinheiro que conseguem, vai direto para os rebeldes turcos financiarem os ataques.
O PKK tem como líder Abdullah Ocalan, que mora na Turquia. A organização foi fundada em 1978 por Ocalan e desde 1984 está engajada em separar o Curdistão do resto do país.