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VISITA DO PAPA BENTO XVI A MADRID: Detido suspeito de planear ataque contra laicos

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17 DE AGOSTO DE 2011: A polícia espanhola deteve um jovem, suspeito de estar a planear um atentado contra as manifestações que se opõem à visita do Papa Bento XVI à capital espanhola.

O detido, José Alvano Bautista, um jovem mexicano, estuda no Instituto de Química Orgânica em Madrid e era um dos voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Uma fonte das autoridades explicou à AFP que Bautista "planeava atentar contra os manifestantes contrários à visita de sua santidade Bento XVI" com "gases asfixiantes e outras substâncias químicas". A polícia encontrou na casa do suspeito "um disco externo e dois cadernos com anotações de processos químicos, alheios aos seus estudos de Química".

As autoridades não têm provas que Bautista planeava realmente o ataque, mas decidiram mantê-lo detido, quando será presente diante de um juiz da Audiência Nacional, a primeira instância espanhola. A embaixada mexicana em Madrid ofereceu assistência jurídica ao jovem, que recebeu a visita na esquadra de um representante diplomático do México.

Segundo o "La Jornada", na base das suspeitas estiveram várias mensagens, alegadamente da autoria de Bautista, colocadas no fórum da internet La Voz Libre. "Esta é a minha luta. Matar maricas e qualquer aberração anti- -humana durante as suas manifestações contra a igreja católica", terá escrito na semana passada, explicando o método que utilizaria: "Trabalho numa importante empresa farmacêutica em Madrid e tenho acesso a suficientes substâncias perigosas" para boicotar as manifestações de organizações laicas, ateias, de apoio aos direitos dos homossexuais e de esquerda, que definiu como "asquerosas abominações, desperdícios de vida e erros de Deus" e apelou a que todos os que se quisessem juntar a ele, que o contactassem. Ontem, cerca de 2 mil pessoas manifestaram-se na praça Tirso de Molina contra o financiamento público da visita papal e da JMJ. Estiveram presentes perto de 100 organizações e movimentos laicos, cristãos progressistas, ateus e de esquerda sob o lema "Visita do Papa? Não com os meus impostos".

A organização e a segurança da JMJ e a visita do Santo Padre irão custar mais de 100 milhões de euros. Os organizadores rejeitam que os encargos sobrecarreguem o erário público e alegam que o evento é autofinanciado por contribuições de peregrinos e apoios de grandes empresas privadas. Antes do início da marcha, Luis Vega, da associação Ateos y Librepensadores, disse à agência Efe que os participantes no protesto não se sentiram intimidados pela detenção de Bautista e que a "grande maioria" dos católicos são "pessoas normais", pelo que não temem "nada de especial".

Vega apelou às organizações que participam nas manifestações que "não dêem oportunidade com as suas intervenções a que se dê cobertura a indivíduos como o detido" e criticou a presidente da Comunidade de Madrid, Esperanza Aguirre, por ter denominado os protestos de "manifestações antiPapa". A tensão entre peregrinos e laicos era ontem visível nas ruas de Madrid, tendo levado mesmo a confrontos entre crentes e não crentes que levaram a polícia a intervir. Alguns dos fiéis queixavam-se da ilegalidade da manifestação, embora a mesma tivesse sido autorizada pelo governo. A JMJ dura até domingo e contará com a presença de Bento XVI na Vigília de sábado e na Missa Dominical, razão pela qual cerca de um milhão e meio de jovens de todo o mundo se reuniu na capital espanhola.

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