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Vítima de abuso abandona comissão “antipedofilia” do Papa Francisco

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A irlandesa Marie Collins, vítima de pedofilia por parte de padres católicos, renunciou a seu cargo de membro da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, órgão instituído pelo papa Francisco para combater abusos sexuais na Igreja.   

Collins fazia parte do grupo desde sua criação, em 2014, e sua saída foi anunciada por um comunicado do próprio órgão. Na carta de renúncia enviada a Jorge Bergoglio, a irlandesa cita sua "frustração" com a "falta de cooperação de outros departamentos da Cúria Romana".   

"O Papa aceitou a renúncia de Collins, com profunda apreciação por seu trabalho em benefício das vítimas de abusos do clero", diz o comunicado da comissão. Já o presidente do grupo, cardeal Sean Patrick O'Malley, divulgou uma nota sobre a saída da irlandesa.   

"Em nome de todos os membros da comissão, expressei a Collins nossos mais sinceros agradecimentos pelas extraordinárias contribuições que ela deu como fundadora dessa comissão", disse o religioso.   

O comunicado da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores ainda menciona uma diretiva do Papa que pedia para o órgão unir os próprios esforços àqueles da poderosa Congregação para a Doutrina da Fé, que já foi criticada abertamente por Collins por não ajudar nos trabalhos contra a pedofilia.   

Em fevereiro de 2016, outra vítima de abusos já havia deixado a comissão, o britânico Peter Saunders. Com isso, o colegiado é composto agora por 16 pessoas, entre estudiosos e eclesiásticos, porém não possui mais membros que tenham sofrido agressões sexuais.   

No passado, tanto Collins quanto Saunders já haviam ameaçado deixar o órgão caso bispos e outros líderes da Igreja Católica não admitissem sua responsabilidade na luta contra a pedofilia.  

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