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“Wojtyla foi o melhor homem do século”, diz turco Ali Agca que cometeu atentado ao pontífice

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O turco Mehmet Ali Agca, que cometeu um atentado contra o papa João Paulo II, disse em entrevista exclusiva à agência de notícias ANSA que o Pontífice "merece ser considerado a melhor pessoa do século", mas que o único santo que existe é Deus.

"Se definirmos a santidade como um modelo humano a ser proposto e apresentado à humanidade, então João Paulo II merece ser considerado a melhor pessoa do século", comentou Ali Agca, que disparou contra Karol Wojtyla em 13 de maio de 1981, em plena Praça São Pedro.

"Mas existe apenas um santo, e é Deus. Endeusar um ser humano é um pecado imperdoável contra Deus", defendeu o turco, referindo-se à canonização de João Paulo II, cuja cerimônia ocorrerá no próximo domingo (27) e será presidida pelo papa Francisco.

Na entrevista à ANSA, Ali Agca também confirmou que tinha a verdadeira intenção de assassinar o Pontífice. "Eu queria, com toda certeza, matar o Papa e cometer suicídio na Praça São Pedro, ou ser linchado. Depois de muitos anos, entendi que no dia 13 de maio de 1981 Deus realizou um milagre".

Libertado em janeiro de 2010, após passar mais de 29 anos detido em cárceres da Itália e Turquia, Ali Agca contou que não se arrepende do atentado. "Há uma diferença incalculável entre um milagre divino, como o que ocorreu no meu atentado contra o Papa, e um crime psicopata injustificável, como o assassinato de Aldo Moro", afirmou o turco, relembrando a morte do ex-primeiro-ministro italiano em 1978.

"Sou felicíssimos de poder ter participado de um plano divino que me custou 30 anos infernais em uma cela de isolamento. E o encontro com o Papa foi um dos momentos mais bonitos e importantes da minha vida", disse o turco, relembrando o dia em que João Paulo II o visitou na prisão de Rebibbia, em 1983.

O autor do atentado a Wojtyla também fez comentários sobre a jovem italiana Emanuela Orlandi, que, então com 15 anos de idade, desapareceu misteriosamente em 22 de junho de 1983. Ela era filha de um funcionário do Vaticano e o caso permanece obscuro na justiça italiana. "Alguns serviços secretos ocidentais sabem perfeitamente que a italiana Emanuela Orlandi está nas mãos do governo vaticano. O papa Francisco poderia ordenar sua libertação imediatamente, já que ela provavelmente está em algum convento de clausura".

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