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PAPA FRANCISCO E AS REFORMAS NA CÚRIA

Paramentos Litúrgicos

Desde o início do seu pontificado, o papa Francisco pisou no acelerador para realizar as reformas internas na Santa Sé. E um ano após a sua eleição, já é possível ver as primeiras decisões concretas, principalmente no setor de finanças.

Nos últimos anos, os órgãos econômicos do Vaticano foram marcados por muitos escândalos e pouca transparência. Por isso, o Pontífice quis dar rapidamente os primeiros sinais de mudança, uma vez que a "Igreja pobre e para os pobres", como invocou Jorge Bergoglio três dias depois de ser escolhido como Papa, tem a responsabilidade de "tutelar e gerir com atenção os próprios bens, à luz da sua missão de evangelização e com particular atenção com os necessitados". São palavras do próprio Francisco no decreto publicado algumas semanas atrás, por meio do qual instituiu a nova estrutura de coordenação para a área de Assuntos Econômicos da Santa Sé, que foi logo apelidada de "superministério" das Finanças e é guiada pelo arcebispo de Sidney, cardeal George Pell. A pasta ainda terá como secretário-geral um dos homens mais próximos do Pontífice, o monsenhor Alfred Xuereb.

Mas o processo de reforma ainda não foi concluído. O conselho de oito cardeais que está ajudando o Papa nessa delicada tarefa deverá enfrentar ainda os problemas do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o Banco do Vaticano, que esteve no centro de diversos escândalos recentemente.

Um veredicto do grupo de religiosos sobre a instituição pode chegar em sua próxima reunião, marcada para o final de abril. Mas o coordenador do conselho, o cardeal Oscar Maradiaga, já afirmou que "cortar um braço não é o tipo de cirurgia que está sendo avaliado".

Por isso, é difícil imaginar que o IOR seja extinto. É mais provável que ele se volte à sua missão original: ser um ponto de referência financeiro para as obras religiosas em todo o mundo. E a reforma ganha ainda mais importância para um Pontífice que, em mais de uma ocasião, já se posicionou contra a "ditadura da economia" e a "tirania invisível" do mercado.

Nos seus primeiros 12 meses de pontificado, Francisco falou diversas vezes sobre crises e problemas econômicos, mas as palavras mais duras seguem sendo aquelas pronunciadas no último mês de maio a um grupo de novos embaixadores. "O antigo bezerro de ouro encontrou uma nova e implacável imagem do fetichismo pelo dinheiro na ditadura da economia sem rosto e propósitos realmente humanos". E quem paga são os pobres e marginalizados.

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