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Vaticano e Malásia estabelecem relações diplomáticas

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O Vaticano e a Malásia estabeleceram, oficialmente, relações diplomáticas entre si após uma reunião entre o papa Bento XVI e o primeiro-ministro malaio, Mohamed Najib Abdul Razak.

O chefe de governo malaio foi recebido para uma audiência de 20 minutos em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, na Itália, onde o Pontífice está passando férias neste mês.

Após o encontro, Razak se reuniu com o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Tarciso Bertone, e com o secretário do Vaticano para as relações com os Estados, Dominique Mamberti, com quem acertou os detalhes para o estabelecimento das relações diplomáticas.

A sala de imprensa vaticana emitiu em seguida um comunicado em que anunciou que "nos colóquios cordiais foram evocados os desenvolvimentos positivos nas relações bilaterais e concordou-se em estabelecer relações diplomáticas entre a Malásia e a Santa Sé".

Atualmente, há somente um delegado apostólico para a Malásia, dom Leopoldo Girelli, que mora em Singapura.

"Também foi analisada a situação política e social no mundo e no continente asiático, com particular referência à importância do diálogo interreligioso pela promoção da paz, da justiça e da maior compreensão entre os povos", acrescentou a nota.

Logo após a audiência, o líder máximo da Igreja Católica também se encontrou com a esposa do premier malasiano, ministros do governo da Malásia, o arcebispo da capital, Kuala Lumpur, dom Murphy Pakiam, além de expoentes muçulmanos de alto nível, entre eles o presidente do Conselho Nacional da Fatwa, Abdul Shukor Husin.

Na ocasião, Razak ofereceu ao Santo Padre um bordado malasiano com um colorido típico, e em troca, o Pontífice lhe deu uma cerâmica com o desenho da Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano.

A Malásia tem 28,7 milhões de habitantes, cuja maioria, cerca de 60%, é muçulmana, e consta como Estado-membro da Organização da Cooperação Islâmica (OCI). Com cerca de 9% da população cristã, o país tornou-se agora o 179º a estabelecer relações diplomáticas com a Santa Sé.

A nação também é uma das economias asiáticas mais fortes da região e é uma das fundadoras da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

O estabelecimento de relações diplomáticas ocorre um ano após episódios de conflito religioso, quando igrejas foram depredadas no país após a Corte Suprema autorizar cristãos a usar o termo "Alá" para se referirem a Deus. Também em 2010 um tribunal malaio puniu mulheres com chicotadas por adultério, na primeira utilização de uma regra da lei islâmica pela Justiça do país.

A última visita de um premier malaio ao Vaticano ocorreu em 7 de junho de 2002, quando o então chefe de Governo Mahathir bin Mohamed encontrou-se com o papa e agora beato João Paulo II.

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